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Cotista processa a USP após perder vaga por não ser considerado pardo

Um aluno autodeclarado pardo perdeu a vaga na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) depois de ter sua matrícula cancelada pela comissão de heteroidentificação da universidade por não reconhecer sua autodeclaração. A defesa entrou com uma ação judicial na noite da última quinta-feira (29) contra a instituição.

O adolescente Glauco Dalalio do Livramento, 17 anos, aluno da rede pública estadual de São Paulo, foi aprovado na 1ª chamada do Provão Paulista, vestibular criado em 2023 para alunos da rede pública concorrerem a vagas em universidades de São Paulo.

Glauco, convocado por meio das cotas destinadas a PPIs (pretos, pardos e indígenas) no Provão, teve sua admissão negada pela instituição de ensino. Isso ocorreu após uma avaliação da banca, que incluiu a análise de uma fotografia e um encontro virtual de aproximadamente 1 minuto em 9 de fevereiro. A Comissão Assessora emitiu um parecer em 21 do mesmo mês, afirmando que o candidato não apresenta traços fenotípicos que o identificam como preto ou pardo.

O candidato tem pele clara, boca e lábios afilados, cabelos lisos, não apresentando o conjunto de características fenotípicas de pessoas negras“, diz conclusão da Banca.