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Covid: primeira morte por nova variante da Ômicron é confirmada na cidade de São Paulo

A cidade de São Paulo confirmou o primeiro óbito pela nova cepa da covid-19, a BQ.1. A cidade havia registrado dois casos da subvariante, que é da linhagem Ômicron do coronavírus.

A paciente é uma mulher de 72 anos e estava internada no Hospital São Paulo entre os dias 10 e 17 de outubro, quando morreu. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a paciente apresentava diversas comorbidades.

O outro caso da subvariante da Ômicron detectado em São Paulo é de um homem de 61 anos. Ele começou a apresentar sintomas no dia 7 de outubro, permaneceu em isolamento e não teve complicações pela infecção, de acordo com a secretaria.

Os testes de sequenciamento genético que permitiram a identificação da nova cepa foram realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

SOBRE A BQ.1

De acordo com o infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, a BQ.1 é derivada da variante ômicron.

“É a mesma cepa que circula hoje na Europa e causou o aumento de infecções em países como Alemanha e França.”

Não há mudanças em relação aos sintomas, que continuam sendo, para a maioria dos pacientes, dor de cabeça, tosse, febre, dor de garganta, cansaço, perda de olfato e paladar.

A característica principal que a difere de outras cepas, explica o médico, é um escape muito maior da proteção das vacinas.

A BQ.1 apresenta mutações na proteína spike, uma proteína na superfície do Sars-CoV-2 que permite que ele se ligue e infecte nossas células.

Entre elas, está a mutação R346T, também encontrada na variante BA.5, que é associada por estudos com o escape imune significativo e até a evasão de anticorpos causados por infecções naturais por outras subvariantes da ômicron.

“Mas o que vemos acontecendo na Europa é que desde que as pessoas tenham a dose de reforço, ela supera a imunidade em relação à infecção, mas não causa casos graves.”

No Rio de Janeiro, de acordo com Soranz, dos 47 pacientes internados na cidade, 92% não tomaram a dose de reforço ou nenhuma outra dose da vacina.