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CPI da covid: Em depoimento, mulher que perdeu os pais para a doença relembra Bolsonaro imitando pacientes sem ar

A CPI da Covid recebeu pessoas que perderam entes na pandemia, no dia de hoje.

A CPI da Covid está ouvindo nesta segunda-feira, 18, pessoas que perderam parentes, vítimas da covid-19. Uma das testemunhas é Kátia Shirlene Castilho dos Santos, que perdeu o pai e a mãe para a doença. Em um dos trechos do depoimento, Katia relembra o episódio em que o presidente Jair Bolsonaro imitou uma pessoa com falta de ar, fazendo referência aos pacientes de covid-19. “Quando a gente vê um presidente da República imitando uma pessoa com falta de ar, isso pra nós é muito doloroso”, disse emocionada. Na sequência ela diz que “Se ele tivesse noção do mal pra nação, além de todo o mal que ele já fez, ele não faria isso”.

Kátia contou que o pai contraiu a covid quando faltava uma semana para se vacinar, em 18 de março de 2021, e faleceu alguns dias depois. Neste mesmo dia foram registradas 4 mil mortes pela doença no Brasil. Além da dor da perda, ela relatou o descaso sofrido pela família, que precisou procurar o corpo do pai no necrotério por conta do grande número de mortos no mesmo dia. 

A mãe de Kátia foi internada na Prevent Sênior em São Paulo e a família também enfrentou problemas com o atendimento. Kátia relatou que a mãe foi atendida por telemedicina e recebeu o “kit covid” em casa para fazer o “tratamento precoce”, fato ocorrido já em 2021 quando já havia conhecimento sobre a ineficácia dos medicamentos contra a covid. A mãe de Kátia faleceu no dia 26 de abril após ter apresentado piora no estado de saúde e dificuldades para fazer exames como tomografia e conseguir uma vaga no hospital da Prevent.

Bolsonaro imita pessoas com falta de ar

Em uma de suas lives que ocorre às quintas-feiras, Jair Bolsonaro imitou uma pessoa com falta de ar para defender o tratamento precoce contra a covid-19. Foi comprovado cientificamente que o “kit covid” não possui eficácia contra a doença. Na transmissão do dia 6 de maio deste ano, Bolsonaro criticou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que era contra o uso da hidroxicloroquina para o tratamento.