A família de Isaac Borges Menezes, de 5 anos, aguarda desde a última sexta, 13, para realizar uma ressonância no Hospital Rio Mar, em Belém, pelo plano de saúde Hapvida. O exame foi solicitado por um oftalmologista e neurologista para que os profissionais possam observar de forma mais aprofundada o que está acontecendo no olho direito do garoto, que foi retirado em cirurgia, mas que segue causando incômodos ao menino.
Segundo os pais, Samara e Wellington, Isaac ainda sente dores e, após uma tomografia, foi constatada duas lesões, uma no olho operado e outra no cérebro. A criança está padecendo após mais de 11 dias internada sem o tratamento ideal para seu problema, o que fez a família trocar de hospital.
Nesse sentido, os médicos precisam investigar, com o auxílio da ressonância, para definir com precisão o diagnóstico de fato do garoto e quais os próximos passos do tratamento, uma vez que, segundo os pais, as dores continuam mesmo após a retirada do olho, onde foi feita a cirurgia, em agosto deste ano, mas que pode estar afetando o cérebro da criança. Os pais apelam pois não sabem mais o que fazer, enquanto administram doses fortes de remédios para amenizar as dores do garoto, e estudam acionar o Ministério Público do Pará.
“Desde a última sexta-feira a gente aguarda para fazer essa ressonância solicitada pelos médicos para que possam, verificar o que o Isaac tem. Ele ficou 12 horas sem comer para fazer a ressonância, que acabou não acontecendo. A gente já fez até um boletim de ocorrência na polícia porque o caso dele é urgente”, contam os pais.
De acordo com a família, mesmo depois de ter feito exames e uma cirurgia para retirar o olho direito, as dores voltaram e Isaac deverá passar por uma nova cirurgia. A família afirma que a criança tem uma condição clínica rara, chamada de doença de Coats, que afeta os vasos sanguíneos da retina, provocando anomalias, como vazamento e acúmulo de líquido. A doença tem origem desconhecida e pode provocar o deslocamento da retina.
O aparecimento dos sintomas costuma ocorrer cedo, ainda na infância. O pico de incidência está entre as crianças de 6 a 8 anos. Os sintomas nas fases iniciais costumam ser esses:
- Diminuição da acuidade visual: muitas vezes, a perda de visão é progressiva e pode ser unilateral;
- Estrabismo: desvio dos olhos que pode ser notado pelos pais ou responsáveis.
- Leucocoria: reflexo esbranquiçado na pupila, similar ao reflexo de “olho de gato”;
- Fotofobia: sensibilidade aumentada à luz;
- Dor ocular: em estágios avançados, quando há aumento da pressão intraocular ou inflamação.
Já nas fases avançadas, são mais preocupantes, tais como: Inchaço e irritação da camada média do olho; Perda de visão profunda; Manchas avermelhadas na íris (rubeosis iridis ou glaucoma neovascular); Glaucoma; Catarata; e encolhimento do globo ocular afetado (atrofia ocular).
AGRAVAMENTO DO QUADRO DA CRIANÇA
Segundo novas informações da família do garoto, Isaac está no Hospital Infantil Oncológico de Belém, em estado grave e internado na UTI.
“Nós tivemos que tirar ele, ele fez exame, só que não foi o conforme os médicos pediram. Tivemos que tirar ele com urgência de lá porque o caso dele está só progredindo e ele está lá no hospital infantil oncológico. Foi um descaso total, em especial um doutor lá, de nome Jaciro, que o hospital solicitou via mensagens, via telefonemas, via recado e ele não compareceu, não deu o mínimo de importância para atender meu filho. Agora o meu filho está indo para a UTI, a situação dele é gravíssima. Vamos tomar as medidas para esse hospital, que foi muito omisso com meu filho, foi muito omisso”, reclama o pai do paciente.
De acordo com o pai do garoto, em mais 11 dias internado no Rio Mar, do plano Hapvida, o garoto apenas recebia remédios fortes para amenizar as dores e chegou a ficar desidratado. Indignados com o descaso, a família decidiu em buscar por conta própria um outro hospital onde o garoto fosse melhor tratado. No último domingo, 22, a família conseguiu um leito para o garoto no Hospital Oncológico Infantil, Octávio Lobo, onde o menino vem recebendo o tratamento ideal.
“Meu filho ficou 11 dias lá naquele hospital, padecendo, chorando de dor, pedindo pra ir embora, e eles ficaram enrolando pra fazer um exame, uma ressonância que ele precisava. Ficam só dando remédio pra amenizar a dor, o que dava febre no meu filho, que ele tomava paracetamol. Graças a Deus, com a nossa luta, a gente conseguiu trazer ele aqui pro Hospital Oncológico Infantil, que é referência e ele está sendo melhor atendido. Meu filho ia morrer naquele hospital, muito descaso deles. E o Hapvida não nos ajudou em nada pra trazer ele pra cá, nada. No primeiro exame aqui, os médicos deram, uma boa notícia, de que o tumor não está comprimindo o cérebro, e não precisa drenar”, relata o pai do paciente.
Em nota ao BT, o plano Hapvida informa que: “A operadora reitera seu compromisso em proporcionar o melhor atendimento e cuidado a todos os seus clientes. No caso do paciente I.B.B.M., a criança foi prontamente assistida por uma equipe multidisciplinar, garantindo o acompanhamento adequado de seu quadro clínico.
Esclarece que todos os exames necessários para o diagnóstico foram realizados e que os protocolos médicos recomendados foram seguidos rigorosamente. A empresa permanece em contato com os familiares e está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais, reforçando seu compromisso de oferecer a melhor assistência possível”, disse nota.