Uma barbearia em Fortaleza (CE) oferece serviços aos clientes de uma forma, no mínimo, inusitada. Todos os profissionais ficam nus durante o tempo de expediente, e os clientes tem a opção de tirar ou não a roupa, podendo ficar apenas de cueca, roupão ou toalha. Adepto da ideia de ajudar homens a se sentirem mais confortáveis com seus próprios corpos, o esteticista Rodney Araujo diz que a dinâmica dá frutos muito positivos.
Rodney diz que embora alguns homens apresentem resistência no começo, a maioria decide viver a experiência completa e superar qualquer preconceito. O empresário de 29 anos diz que há alguns anos abriu um espaço de bronzeamento para o público feminino e, com o tempo, homens começaram a se interessar pelos serviços e Rodney decidiu pesquisar sobre o naturismo, um conjunto de princípios que pregam um modo de vida baseado no retorno à natureza.
Conquistando mais de 13 mil seguidores nas redes sociais, e atendendo somente clientes com mais de 18 anos, a Barbearia Naturista conta inclusive com visitas de estrangeiros da Argentina, Espanha, Portugal, entre outros.
“Eu postei primeiro nas redes para ver como seria a aceitação e acabei ficando assustado com o retorno. Eu não tinha barbeiro, nem sabia cortar cabelo, mas um colega topou, pegamos uma cadeira de plástico e improvisei uma barbearia no fundo de casa”, explica Rodney.
Conforme o lugar foi se popularizando, o empresário ampliou os serviços e decidiu transformar o local em um centro de estética, inclusive se mudando para outro espaço.
O objetivo de Rodney sempre foi contribuir com a autoaceitação dos seus fregueses, buscando transformar seus clientes por fora e por dentro de forma igual. Inclusive, antes de abrir o salão, ele fazia diversas ações na comunidade para promover o bem-estar e ajudar pessoas a amar o próprio corpo.
Mesmo com muitas críticas à dinâmica do seu negócio, Rodney acredita que elas servem de aprendizado. “Foram muito pesadas, as pessoas interpretavam de maneira errada e acabavam me atacando. Quase entrei em depressão, fui acompanhado por um psicólogo. Mas não deixo essas críticas fazerem eu desistir, tenho que fazê-las valer a pena. Não vão me impedir de avançar”.
Ele comenta que tem o desejo de abrir um espaço semelhante destinado à mulheres, mas reconhece todas as complicações do processo. Ele diz que preza pelo atendimento cuidadoso e pelo conforto dos clientes, relatando inclusive que muitas pessoas que chegam ao estabelecimento com segundas intenções sofrem uma quebra de expectativa, sendo rapidamente confrontados pelos funcionários. “Hoje, meu papel é mostrar pras pessoas que existe respeito aqui”, afirma.
Ele também comenta sobre as regras do local, ressaltando que não é permitido tocar nos funcionários, e que não é permitido fotografar outras pessoas presentes no estabelecimento.
*Com informações de BHAZ
