O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um encontro com o líder da Colômbia, Gustavo Petro, além de especialistas e ministros em sessão de encerramento da Reunião Técnico-Científica da Amazônia. No evento, realizado no dia 8 de julho, Lula pediu cooperação entre países da região para a preservar da floresta e desenvolver políticas sustentáveis para moradores que tiram o sustento da biodiversidade.
Lula também apelou para que metas em comum sejam perseguidas pelos países vizinhos e exaltou a realização da Cúpula de Belém, no Pará, que será realizada em agosto para debater os problemas da região. Em 2025, a capital do estado amazônico também sediará a conferência global do clima (COP).
— A Cúpula de Belém será um momento de correção de rota. A abertura às autoridades locais e à sociedade será um componente essencial dessa nova OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica). É preciso valorizar o papel dos prefeitos, governadores e parlamentares. Não se faz política pública sem participação de quem conhece o território. Para isso, queremos formalizar o Foro de Cidades Amazônicas e o Parlamento Amazônico — disse Lula.
Na cidade de Leticia, localizada na fronteira com o Brasil, os presidentes de ambos os países debatem projetos sustentáveis para a Amazônia. O fórum promove debates a partir da análise de propostas de indígenas, especialistas e integrantes da sociedade civil. Durante sua fala, Lula ressaltou que os países da região deveriam se juntar à meta do Brasil de zerar o desmatamento até 2030.
Desde que assumiu o mandato, Lula tem dado prioridade ao tema do meio ambiente em viagens internacionais. Foi assim quando, na França, há duas semanas, disse a chefes de outras nações que o Brasil precisaria de suporte para que os moradores da Amazônia possam estar inseridos em uma economia sustentável.
Lula também tem repetido que conversará com representantes do Congo, da República Democrática do Congo e da Indonésia para articular propostas conjuntas para a próxima conferência do clima. Os três países possuem as maiores reservas florestais do mundo. A ideia é angariar recursos de “países mais ricos”, como diz Lula, para promover o desenvolvimento sustentável.
Neste sábado, Lula voltou ao assunto, acrescento mais críticas:
— (Os países ricos) descumpriram a promessa feita em Copenhage (durante conferência na Dinamarca) de destinar US$ 100 bilhões por ano (para o combate às mudanças climáticas) — reclamou.
O presidente também defendeu “uma coalizão de bancos de desenvolvimento” e a mobilização de recursos públicos e privados para fomentar atividades econômicas sustentáveis.
— Cabe a nós decidir como dar uma vida digna para nossa gente e como preservar nossa floresta e nossa biodiversidade.
A conversa de Lula com o presidente da Colômbia faz parte dos preparativos da Cúpula da Amazônia, que será realizada entre os dias 8 e 9 de agosto. O encontro contará com os países da região para debater temas como preservação e segurança nas fronteiras.
— Queremos estabelecer um comitê de especialistas da Amazônia, inspirado no Painel Intergovernamental Sobre Mudança do Clima (IPCC), para gerar conhecimento e produzir recomendações baseadas na ciência. A formação de redes de contato entre universidades e instituições de pesquisa contribuirá para estimular a produção de conhecimento local, dinamizar as economias e criar oportunidades para nossa juventude, tão carente de alternativas de estudo e trabalho — discursou Lula.
Na cidade colombiana, Lula considerou “inexplicável” que o Fundo Global para o Meio Ambiente, instituído pelo Banco Mundial, seja liderado por países mais ricos, porém com menos recursos naturais.
— Brasil, Colômbia e Equador são obrigados a dividir uma cadeira do conselho do Fundo, enquanto países desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália e Suécia, ocupam cada um seu próprio assento.
*Com informações de OGlobo