//

Damares Alves pediu que Bolsonaro negasse água e leitos de UTI para indígenas na pandemia

A ex-ministra da mulher e dos direitos humanos pediu a Bolsonaro negasse em direitos indígenas em pedido oficial

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves, ainda em seu mandato, enviou uma nota ao Palácio do Planalto negando ajuda aos indígenas durante a pandemia. 

Na nota, que foi divulgada em 2020, Damares pedia ao ex-presidente Jair Bolsonaro que retirasse da lei de proteção aos povos originários o direito de receber água potável, ventiladores pulmonares, materiais de limpeza e higiene pessoal e materiais informativos sobre a covid-19.

A ex-ministra do governo de Jair Bolsonaro, Damares Alves. Imagem: Reprodução/Redes Sociais

A existência do documento foi revelada pelo deputado federal, Ivan Valente (Psol-SP), que na época conseguiu as informações via requerimento. O pedido está presente em uma nota técnica assinada pelo ex-secretário adjunto da Igualdade Racial e subordinado de Damares, Esequiel Roque.

No pedido oficial, Damares alega que os povos não teriam sido consultados pelo congresso: “Mesmo cientes da situação de excepcionalidade vivida pelo país e da celeridade em aprovar projetos de lei que beneficiem e protejam os povos tradicionais, os povos indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais, eles não foram consultados pelo Congresso Nacional”, disse em nota a ministra.

Crianças Yanomami resgatadas no domingo, 22. Imagem: Weibe Tapeba/Sesai/Divulgação

Atualmente parlamentares do PT protocolaram uma representação contra Damares e Bolsonaro, que irão responder por suspeita de crime de genocídio contra os povos Yanomami. O ministério da saúde deve decretar estado de crise humanitária e sanitária do povo tradicional de Roraima.