O delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, responsável pela investigação que denunciou o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles por envolvimento em contrabando de madeira apresentou uma nova denúncia. Em carta, ele afirma que uma portaria do Ministério da Justiça publicada no final de novembro manipula a alocação de agentes da Polícia Federal na Amazônia.
Segundo Saraiva, a mudança de critérios fará com que policiais recém-formados evitem postos de fronteira e outros locais mais distantes da floresta e possam ser encaminhados por convites para outros postos burocráticos, em Brasília e outras localidades.
Antes, a escolha de vagas se dava pela classificação no concurso. Os mais bem classificados podiam escolher onde queriam trabalhar, e os demais eram alocados conforme a necessidade.
Segundo o delegado, a mudança pode comprometer o preenchimento de postos onde se investiga, por exemplo, o desmatamento e o garimpo ilegal. De acordo com Saraiva, o déficit de pessoal nessas áreas já é o problema que leva a que tais situações não sejam combatidas como se deveria.