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Falta de insulina ultrarrápida afeta pacientes diabéticos em Belém

Na última semana, o BT tornou a receber denúncias sobre a falta de insulina ultrarrápida no Centro de Especialidades Médico Odontológicas (CEMO), em Belém. Entre as marcas em falta estão NovoRapid, Apidra e Humalog.

Um dos afetados pela falta da insulina na rede pública, Juan Trieste, de 22 anos, relatou que faz uso do medicamento desde os 18 anos, quando foi diagnosticado com diabetes tipo 1 e que, atualmente, é mais comum não conseguir as doses do que consegui-las gratuitamente. “Na época, as insulinas faltavam às vezes, mas sempre éramos recompensados com uma quantidade a mais para cobrir o tempo em que ficou em falta; com a vinda da pandemia, as distribuições passaram a ser praticamente zero”, contou em conversa com o BT.

Imagem cedida pelo entrevistado.

Outra denunciante anônima ressaltou a demora nas reposições do medicamento e como isso afeta diretamente seu dia a dia. “A última vez que consegui receber a insulina foi no início de junho, elas acabaram no final de julho, desde então estou precisando comprar. Uso insulina de forma contínua para tratamento do diabetes mellitus tipo 1, o meu organismo não produz nada, então preciso ficar usando a todo momento, não posso passar nem metade de um dia sem. Uma caneta de insulina dura quatro dias pra mim, confesso que fico muito preocupada quando ligo e recebo a notícia que ainda não chegaram e não tem previsão”, contou.

Vale ressaltar que os pacientes de diabetes necessitam das dosagens de insulina, já que seu organismo não produz o hormônio de forma natural. A ausência de insulina no organismo a longo prazo causa diversos danos e comorbidades, como neuropatia, retinopatia, problemas nos rins, coração, entre outros, o que acaba fazendo com que a qualidade de vida e bem-estar sejam prejudicadas. O fornecimento é garantido através da lei nº 11.347/2006 e o procedimento da gestão municipal ocorre através de solicitação administrativa.

Imagem: Reprodução / Magazine Luiza

Segundo a paciente, o custo das canetas é muito alto para que ela consiga arcar sozinha com os custos, já que seu uso é contínuo e obrigatório. Cada caneta de insulina custa, em média, R$54,00 e a paciente reforça que precisa desembolsar mais de R$330,00 por mês, já que a rede pública permanece em falta por meses. “Normalmente as insulinas não passavam mais de uma semana em falta, porém, só esse ano, já aconteceram três vezes das canetas passarem meses sem reabastecimento”, finalizou.

O BT entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), mas ainda não obteve respostas.