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Dia da mentira: seis vezes que o presidente Jair Bolsonaro mentiu em declarações públicas

Que hoje é o dia da mentira você provavelmente já sabe. Por isso, o Portal Belém Trânsito resolveu separar seis momentos em que o Presidente Jair Bolsonaro mentiu em declarações públicas enquanto abordava diversos temas como saúde, pandemia, economia, entre outros. Só que antes da gente te mostrar essa lista, me diz uma coisa: você sabe a origem do “Dia da Mentira”? Por coincidência, ou não, tem a ver com outra figura de poder, lá do Velho Continente. Olha só!

A ORIGEM DA DATA

O dia 1º de abril é popularmente conhecido como “o dia da mentira”, mas você sabe porquê? A versão mais conhecida conta que a data faz alusão a um acontecimento do século 16, na França do Rei Carlos 9º. Naquele tempo, a virada do ano era celebrada durante a última semana de março, entre 25 de março e 1º de abril.  Entretanto, o Rei Carlos decidiu mudar as datas e o Ano Novo passou a ser comemorado no dia 1º de janeiro, de acordo com o calendário gregoriano.

Só que muitas pessoas demoraram para se acostumar com o novo calendário, ou até mesmo resistiram à troca da data. Por isso, elas tornaram-se alvos das mais variadas formas de ridicularização. Elas passaram a ser chamadas de “bobos de abril”, recebiam convites para festas que não existiam e ganhavam cartões e presentes esquisitos no dia 1º de abril. Sabia dessa?

Mas agora chega de conversa que todo mundo tá aqui mesmo é pela lista de algumas (teve que rolar uma seleção!) das mentiras já contadas pelo Presidente Jair Bolsonaro em discursos ou declarações públicas. Bora lá!

O DISCURSO NA ONU

Bolsonaro discursando na 76ª Assembleia Geral da ONU. Foto: UN Photo/Cia Pak 

Já começamos no nível mais alto. Isso porque, no discurso que o presidente do Brasil fez na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, em setembro de 2021, pelo menos cinco (sério, cinco!!) mentiras foram contadas por Jair Bolsonaro. Dava pra fazer uma lista só com as mentiras do discurso! Mas aqui nós separamos dois momentos em que o presidente fez afirmações que passaram longe da verdade.

  • ECONOMIA:

“Na economia, temos um dos melhores desempenhos entre os emergentes”

Jair Bolsonaro.

Mentira. Segundo relatório publicado pelo FMI em julho de 2021, o Brasil viu sua economia encolher 4,1% – pior do que a média mundial, que foi de 3,2%, e do que a média das economias emergentes, de 2,1%. Além disso, ficamos atrás ainda de países como Rússia, Nigéria e China – essa última apresentou crescimento no período.

  • 7 DE SETEMBRO

“No último 7 de setembro, data de nossa Independência, milhões de brasileiros, de forma pacífica e patriótica, foram às ruas, na maior manifestação de nossa história”

Jair Bolsonaro.

Mentira. Os atos de 7 de setembro de 2021 não foram os maiores já registrados no país. Segundo estimativa da Polícia Militar de São Paulo, Bolsonaro reuniu 125 mil pessoas na Avenida Paulista. 

De acordo com dados públicos, o maior ato político já registrado no Brasil aconteceu em março de 2016, quando manifestantes foram às ruas em mais de 300 cidades para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A PANDEMIA

Presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução.

Várias foram as declarações erradas ou sem embasamentos científicos que o Presidente do Brasil fez sobre a pandemia. No dia 21 de outubro de 2020, no interior de São Paulo, Bolsonaro fez algumas declarações que não refletiam o cenário do país na ocasião. Em uma delas, ele falou sobre um possível final da pandemia.

“Os números têm apontado que a pandemia está indo embora”

Jair Bolsonaro.

Mentira. Na época, o Brasil estava há dez dias com tendência de queda nos óbitos, entretanto, ainda eram registradas, em média, cerca de 500 mortes diárias pela Covid-19. E uma 2ª onda da doença já começava a atingir a Europa.

Ontem, 31 de março de 2022, o Brasil registrou 290 mortes por covid-19, totalizando 659.860 desde o início da pandemia.

VACINA

Presidente Jair Bolsonaro. Foto: Andressa Anholete/Getty Images

No dia 21 de outubro de 2021, em live no Facebook, Bolsonaro fez declarações falsas e sem nenhum embasamento científico a respeito das vacinas contra covid 19 . A plataforma excluiu o vídeo por violação das diretrizes. Segundo o Facebook, as políticas internas da plataforma ‘não permitem alegações’ de que vacinas matam ou podem causar algum problema grave.

“Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados… Quem são os totalmente vacinados? Aqueles que depois da segunda dose né… 15 dias depois, 15 dias após a segunda dose, totalmente vacinados… Estão desenvolvendo Síndrome da Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto”  

Jair Bolsonaro.

Mentira. Na época, o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido afirmou que a publicação foi feita por um site que propaga ‘fake news’ e teorias da conspiração e disse que a história não é verdadeira. Além disso, o oficial de comunicações da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, Zahraa Vindhani, afirmou ainda que as vacinas contra a Covid-19 não tinham nenhuma relação com a causa da Aids”. “A Aids é causada pelo HIV”, disse ele na ocasião.

GOLPE DE 1964

Presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução.

Na última quinta-feira, 31, na posse de ministros e no aniversário do Golpe Militar de 64, Bolsonaro afirmou que houve uma vacância do cargo de presidente e que, por isso, ele foi ocupado.

“O Congresso Nacional, no dia 2 de abril de 1964, votou pela vacância de João Goulart. Com voto, inclusive, de Ulysses Guimarães”

Jair Bolsonaro.

Mentira. A vacância de João Goulart não foi votada pelos parlamentares, e sim declarada pelo presidente do Senado e do Congresso Nacional, Auro de Moura Andrade. De acordo com o artigo 85 da Constituição de 1946, a vacância da presidência poderia ser declarada caso o presidente se encontrasse fora do território nacional sem autorização do Congresso. Entretanto, esse não era o caso, uma vez que Goulart estava no Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada através de ofício lido no Congresso e assinado pelo então chefe da Casa Civil, Darcy Ribeiro. Além disso, Ulysses Guimarães, que era deputado federal pelo PSD na época, não consta na lista de presenças do Diário do Congresso Nacional naquela sessão.

AUXÍLIO EMERGENCIAL

O presidente Jair Bolsonaro durante solenidade de Ação de Graças, no Palácio do Planalto.

No dia 22 de março deste ano, em visita ao Tocantins, Bolsonaro fez comparações entre o Auxílio Emergencial e o Bolsa Família.

“Somente em 2020 gastamos [com auxílio emergencial] o equivalente a 15 anos de Bolsa Família para atender aos mais necessitados”

Jair Bolsonaro.

Mentira. Segundo dados do Ministério da Cidadania, o Bolsa Família investiu, entre 2005 e 2019, R$ 434,1 bilhões, em valores corrigidos pela inflação. Já dados do Tesouro Transparente indicam que o governo Bolsonaro investiu R$ 293,1 bilhões de Auxílio Emergencial em 2020.