Nesta segunda-feira, 22, o Jornal Nacional deu início às entrevistas com os candidatos à Presidência das eleições de 2022 e o primeiro entrevistado foi o candidato Jair Bolsonaro (PL). O atual presidente falou de diversos temas, como as críticas ao sistema eleitoral e ataques a ministros do STF.
Outro tema abordado pelo chefe do Executivo foram manifestações inconstitucionais de seus seguidores e afirmou que respeitará o resultado das eleições desde que elas sejam “limpas e transparentes”.
Bolsonaro foi questionado, ainda, sobre as polêmicas e erros do governo federal no combate à pandemia de Covid-19. Ele negou que tenha faltado oxigênio para os pacientes em Manaus e afirmou que não imitou pacientes com falta de ar – afirmação refutada por diversos internautas que compartilharam vídeos do presidente imitando pacientes com falta de ar durante lives.
Em mais uma rodada de perguntas, Jair Bolsonaro foi questionado se concorda com as declarações do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, que afirmou que o governo deveria ir “passando a boiada” para desregulamentar as leis ambientais, aproveitando que o foco da imprensa estava na cobertura da pandemia. “Na Amazônia, tem 30 milhões de habitantes. Outra coisa, qualquer propriedade lá tem que preservar 80% e pode usufruir de 20%. Eu tentei, nos meus primeiros dois anos de mandato, fazer a regularização fundiária, mas o presidente da Câmara não colaborou para levar a proposta avante”, disse.
Bolsonaro seguiu a resposta citando países como França, Espanha e Estados Unidos. “Agora quando se fala em Amazônia, por que não se fala também na França que há mais de 30 dias tá pegando fogo? A mesma coisa tá pegando fogo na Espanha e Portugal. A Califórnia pega fogo todo ano. No Brasil, infelizmente, não é diferente. Alguma parte disso aí é criminoso, eu sei disso. Outra parte não é criminoso, é o ribeirinho que toca fogo ali na sua pequena prorpiedade”, afirmou o candidato.
A jornalista Renata Vasconcellos rebateu a afirmação e disse que existe diferença entre incêndio natural e fogo provocado pelo homem. Em resposta, Bolsonaro insistiu: “O pantanal sul matogrossense pega fogo de forma espontânea”, alegou.
Bolsonaro foi questionado também a respeito das vezes que desautorizou órgãos fiscalizadores, como o Ibama, e se isso não passava uma mensagem de incentivo a quem desmata ou ao garimpo ilegal. “Primeira coisa, a destruição é só se você não puder tirar o equipamento daquele local. O que vinha acontecendo é que o material pode ser retirado e há o abuso por parte do Ibama”, acusou.
Quando perguntado sobre o que vai fazer para mudar a imagem do Brasil, que passou a ser visto como um destruidor do meio ambiente, para o mundo, Bolsonaro disse: “Primeiramente, destruidor de floresta é uma mentira. Ninguém vai destruir floresta por livre e espontânea vontade. O acordo Mercosul / União Europeia estava travado. Com os problemas da guerra Rússia x Ucrânia, a UE quer acelerar o acordo conosco para o Mercosul. E mais, a Alemanha tá usando combustíveis fósseis. Por quê? Se é um dos países que diz que devemos cada vez mais buscar energia limpa? […] O Brasil não merece ser atacado dessa forma”, afirmou.
VEJA O TRECHO QUE BOLSONARO FALOU SOBRE DESMATAMENTO E AMAZÔNIA:
