Este ano, uma onda preocupante de acidentes em viagens de motocicleta por aplicativo tem preocupado a população de Belém e região metropolitana. O BT já noticiou alguns casos destes casos, o que evidencia e reforça a preocupação das pessoas, sobretudo quem utiliza o meio de transporte, que é atrativo por ser mais econômico, em alguns cenários, e mais rápido, na maioria dos casos.
Porém, tem se mostrado mais arriscado e perigoso, e levanta o questionamento sobre a segurança dessa modalidade de transporte, mesmo diante de sua praticidade e economia, em detrimento do uso do transporte coletivo urbano.
Vale ressaltar, ainda, que a economia feita em aplicativos de transporte só acontecem mesmo em “condições ideais”, uma vez que os apps tem valor variável que aumenta muito em horário de pico, chuvas, festividades, entre outros momentos.
AUMENTO NO NÚMERO DE ACIDENTES
Dados da Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa), o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), que atende pacientes de Belém e Ananindeua, registrou 1.957 atendimentos de janeiro a outubro deste ano relacionados a acidentes de trânsito envolvendo motocicletas. Em 2022, esse número foi de 1.833 atendimentos, indicando um crescimento significativo nos incidentes nas vias.
A imprudência surge como um fator predominante na maioria dos casos, aliado à falta de cautela no trânsito da cidade. Com tal cenário, alguns usuários têm repensado suas escolhas de transporte e considerado alternativas mais seguras. O transporte coletivo, por exemplo, surge como uma opção que, além de oferecer uma alternativa mais segura, contribui para a redução do tráfego de motocicletas nas ruas, aliviando a pressão sobre o sistema viário.
Por fim, entra na discussão sobre os riscos associados às viagens de motocicleta por aplicativo, a necessidade de maior regulamentação e fiscalização mais rigorosa, bem como campanhas educativas para promover a responsabilidade e segurança para condutores e passageiros no trânsito.
Em contato com o BT, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) divulgou dados de 2022, mas afirmou que não difere acidentes com carros, motos e outros veículos. Veja a nota na íntegra:
“A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informa que, de acordo com o Relatório Estatístico de Sinistros de Trânsito em Belém, produzido pelo órgão a partir de dados do Departamento de Trânsito do Pará (Detran), no ano de 2022 foram registrados 10.399 sinistros de trânsito. No total, foram aplicadas 8.931 multas relacionadas a todas as categorias de condutores.
Já em 2023, até o dia 31 de janeiro, foram registrados 890 sinistros. De janeiro a setembro de 2023, foram aplicadas 8.792 multas relacionadas a todas as categorias de condutores. A autarquia informa que ainda está consolidando, junto ao Detran, os dados referentes ao número de sinistros ocorridos nos demais meses de 2023.
A Semob informa que os dados não fazem distinção entre motoristas de aplicativo, de carro ou de motocicleta, e outros.
Em relação às ações para diminuir a ocorrência de sinistros de trânsito, a Superintendência comunica que ao longo de 2023 estão sendo realizadas ações de educação para o trânsito nas principais vias da cidade, direcionadas a todos os envolvidos no trânsito: ciclista, pedestre, motociclista e os condutores em geral. As ações educativas também são realizadas diariamente nas escolas, principalmente municipais, direcionadas às crianças.
Além disso, desde novembro deste ano, a Semob vem realizando a Operação Fronteira Segura, em conjunto com a Polícia Militar, em várias vias de Belém. O objetivo é coibir o uso de veículos que estejam com a descarga adulterada, sem placa e licenciamento vencido, verificar o uso de equipamentos obrigatórios, além de verificar se os condutores possuem Carteira Nacional de Habilitação (CNH).”
O QUE DIZEM OS APLICATIVOS
Em contato com a Uber, a plataforma afirmou que a impossibilidade de identificar as ocorrências relacionadas ao aplicativo dificulta uma análise. Veja a nota na íntegra:
“Não foi possível verificar se o número apontado reflete, de fato, ocorrências relacionadas com aplicativo de forma geral ou muito menos com motociclistas cadastrados na Uber durante viagens com a plataforma, pois não há qualquer base metodológica para vincular os dados levantados ao número de ocorrências em aplicativos. De toda forma, sabemos que popularmente usa-se o nome “Uber” como sinônimo para toda a categoria de aplicativos de mobilidade, bem como sinônimo da atividade profissional de quem nela trabalha. Por isso é fundamental verificar os dados para saber se os casos têm ou não relação com a plataforma.”
O BT também entrou em contato com a 99, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.