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“Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa”: a profecia de Rita Lee sobre a própria morte

Rita Lee, a rainha do rock brasileiro, sempre foi conhecida por sua irreverência, sua voz marcante e suas letras provocadoras. Mas em sua autobiografia chamada “Rita Lee: uma autobiografia”, lançada em 2016, a cantora revela um lado mais íntimo e pessoal, contando suas histórias, suas lutas e sua trajetória de sucesso na música. Um dos capítulos mais impactantes do livro é intitulado “Profecia”, em que Rita Lee fala sobre sua relação com a morte e a famosa frase que a acompanha: “Eu nunca fui um bom exemplo, mas era gente boa”.

Segundo Rita, a frase surgiu em uma conversa com seu marido, o músico Roberto de Carvalho. Na época, eles estavam discutindo sobre como as pessoas costumam julgar a vida alheia e colocar em pedestais aqueles que supostamente são exemplos de conduta. Rita, no entanto, não se enxergava dessa maneira. Ela afirmou que sempre foi uma pessoa com muitos defeitos, que cometeu muitos erros ao longo da vida, mas que sempre buscou ser uma pessoa boa e lutar por aquilo em que acreditava.

A frase se tornou famosa por ser uma espécie de profecia que Rita Lee fez sobre sua própria morte. A cantora sempre teve consciência de que sua imagem estava associada a uma personalidade polêmica e irreverente, mas também sabia que sua música e sua atuação em causas sociais eram reconhecidas e admiradas por muitos.

Em seu livro, a artista fala sobre como encarava a morte como algo natural e inevitável. Ela afirmou que não tinha medo de morrer, mas sim de não ter tempo suficiente para fazer tudo o que queria na vida. Por isso, a profecia que ela fez sobre sua morte não era um presságio sombrio, mas sim uma forma de dizer que, quando chegasse a hora, ela gostaria de ser lembrada como uma pessoa que lutou por aquilo em que acreditava e que sempre buscou ser uma pessoa boa, apesar de suas falhas e imperfeições.

LEIA A PROFECIA COMPLETA:

“Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída.

Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão ‘Ovelha Negra’, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair.

Nas redes sociais, alguns dirão: ‘Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk’. Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los.

Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: ‘Thank you Lord, finally sedated’ [Obrigada, Senhor, finalmente sedada, em livre tradução]”.

Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.”