Um homem foi jogado no chão e atingido por spray de pimenta, durante uma abordagem policial, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na manhã desta segunda-feira 3. Ele participava do ato de enfermeiros a favor do piso salarial. Segundo apuração, o homem veio do Rio Grande do Norte.
Imagens mostram quando o homem, ainda não identificado, encarou um dos policiais, que o empurrou em seguida. Depois, vários militares se juntaram em volta dele, e o derrubaram no chão. No mesmo momento, policiais jogaram spray de pimenta contra o homem.
Um dos policiais se ajoelhou sobre a barriga do homem para contê-lo, enquanto ele gritava que não havia feito nada. “Por favor, me solta. Eu não estou resistindo”, disse. Em seguida, já algemado, enquanto tenta levantar, o homem foi derrubado mais uma vez pelos militares. Ao levantar, ele foi escoltado pelos policiais para longe da manifestação.
“Eu fui chamar as pessoas para sair, mas não deu tempo, já veio o gás de pimenta. O colega foi tentar defender, chegar as colegas para trás, mas a polícia já veio e jogou ele no chão, e foi para cima. [Foi] spray de pimenta em todo mundo. Mais de seis pessoas socorridas, passando mal”, contou a enfermeira Líbia Belisco, do Rio de Janeiro.
A Polícia Militar afirma que um policial foi desobedecido e empurrado por um dos manifestantes, “que fechava a via S1, mesmo com ordem de liberar o fluxo na via”. Ainda de acordo com a corporação, o homem foi levado à 5ª DP, na Asa Norte, onde foi autuado por desobediência e desacato. Ele não faria parte de nenhum quadro de enfermagem, diz a PM.
Por causa do ato, a PM interditou o trânsito na altura do Ministério da Saúde, na Esplanada dos Ministérios. Após a confusão com o enfermeiro, os ânimos se acalmaram no local.
A MANIFESTAÇÃO DOS ENFERMEIROS
Os enfermeiros do Distrito Federal estão em greve desde o dia 30 de junho. A categoria cobrava a aprovação do piso salarial pelo Supremo Tribunal Federal (STF), aprovada com critérios, na última sexta, 30.
Mesmo após a aprovação, os profissionais decidiram manter a paralisação, até esta segunda-feira, 3, porque, segundo o sindicato, a categoria quer a aplicação da lei do piso “sem as distorções dos pareceres do STF”.
“É provável que em agosto tenha um plenário presencial para discutir a modulação da regra. A manifestação é pra sensibilizar os ministros para que não retirem direitos já conquistados pela lei. Alguns votos retiram esses direitos. Toda manifestação dos sindicatos seria em vão”, disse o presidente do SindEnfermeiro, Jorge Henrique de Sousa, ao g1, nesta segunda-feira, 3.
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*Com informações de G1.
