Durante o ato Pela Vida das Mulheres, organizado por movimentos civis em alusão ao Dia da Mulher, nesta quarta-feira, 8, manifestantes foram agredidas com spray de pimenta por agentes de segurança pública em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). Segundo relatos, uma mulher bateu a cabeça ao cair no chão e teve uma crise convulsiva.
Após o acontecido, a manifestante foi levada à UPA do Jurunas, onde teve seu quadro estabilizado, porém ainda com episódios de vômito, enquanto aguarda transferência para o Pronto-Socorro Municipal do Guamá, para uma avaliação mais detalhada do quadro de saúde. A vereadora Gizelle Freitas, da Bancada Mulheres Amazônidas e a deputada estadual Lívia Duarte, ambas do PSOL, se manifestaram em repúdio à violência sofrida pela população durante o ato.
O manifesto teve concentração no bairro de Nazaré, ainda no início da manhã desta quarta-feira, 8, e marchou em direção à Alepa, onde as manifestantes eram aguardadas por deputados da casa, que as receberiam para reunião. Ao chegarem no local e tentarem entrar na Assembleia, guardas e agentes da Tropa de Choque da Polícia Militar iniciaram o uso dos gases de efeito moral e dispersaram parte da multidão.
Em nota, o promotor de justiça militar Armando Brasil afirmou que reputa os fatos e vai determinar a instauração de inquérito policial militar. Ele também pede que as vítimas compareçam a promotoria para prestar esclarecimentos. A Comissão das Mulheres do Sindicato de Jornalistas (Sinjor) também manifestou repúdio à violência sofrida pela população. Veja:
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A Polícia Militar do Pará se manifestou dizendo que a ação foi após ameaças sofridas pelos agentes de segurança, mas que a situação teria sido controlada sem maiores transtornos. Confira a nota:
“Que por volta de 12h00 este Comando Bpchq foi acionado pelo Sr CMT CME, Cel Araújo, para deslocar à ALEPA em virtude da passeata das mulheres do Movimento Sem Terra ter finalizado em frente àquele prédio e ter tido o início de uma tentativa de invasão. Os Policiais Militares daquela casa fizeram a contenção, utilizando espargidor de solução lacrimogênea e impedindo a entrada. Porém o clima ficou tenso e houve muita hostilidade das manifestantes em relação a tropa. Batalhão de choque e equipes de ROTAM posicionaram-se na parte superior da escadaria e conforme o público se movimentava a linha de escudeiros descia um degrau, ganhando terreno e minimizando o desgaste. Ao término da reunião, a tropa já encontrava-se na metade da escada. A comissão deu o retorno da conversa, ficando em momento oportuno marcada uma reunião com o Governador. Após isso, as manifestantes passaram a dispersar do local. Missão encerrada sem maiores transtornos, tropa manteve-se com auto controle e não deu ouvidos as constantes ofensas recebidas.
Maj Euller
Comandante Bpchq
