Em sua primeira aparição em um evento público desde que deixou o Brasil, no final de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva “não vai durar muito tempo”.
No evento organizado pelo grupo YES Brazil USA em Orlando, nos Estados Unidos, realizado na terça-feira (31), Bolsonaro comentou sobre suas dúvidas em relação aos resultados das eleições presidenciais do Brasil, sem apresentar provas ou argumentos, e fez críticas à justiça brasileira pela postura relacionada aos ataques de caráter golpista realizados no dia 8 de janeiro, em Brasília.
Apesar de declarar repúdio aos atos terroristas realizados na Sede dos Três Poderes, Bolsonaro fez ressalvas em relação ao tratamento dado aos golpistas pela legislação, alegando que “tem muita gente sendo injustiçada”.
“Aquilo não é terrorismo pela nossa legislação. Tem gente que tem que sim ser individualizada, invasão, depredação, e cada um que pague por aquilo que fez”, disse.
O ex-chefe de estado também questionou novamente a lisura do sistema eleitoral brasileiro, alegando que não está convencido que a posse de Lula foi justa. “Eu nunca fui tão popular [como] no ano passado. Muito superior a 2018. No final das contas, a gente fica com uma interrogação na cabeça”, disse.
Segundo Bolsonaro, ele e seu grupo de apoiadores não devem deixar a política.
“Acredito que tenha deixado muitas lideranças pelo Brasil. Tem muita gente boa que tá chegando no Congresso, que se elegeram para o Executivo. Tem 2024 pela frente, 2024 é muito importante. Não podemos abandonar a política. A política faz parte das nossas vidas. Eu estou com 67 anos e pretendo continuar ativo na política brasileira.”, disse.
Bolsonaro entrou nos EUA com visto diplomático, que permitiria a ele ficar no país até o dia 1 de fevereiro, uma vez que a sua certificação expirou com o fim do mandato, mas existe um período de carência de 30 dias.
Na sexta-feira, porém, Bolsonaro solicitou um visto de turismo para permanecer na América do Norte por mais 6 meses. A decisão depende do aval do governo.
Em 12 de janeiro, 46 congressistas norte-americanos pediram ao presidente Joe Biden que revogasse o visto do ex-presidente. Michelle, mulher de Bolsonaro, já retornou ao Brasil, já o filho de Jair, Carlos Bolsonaro, segue nos EUA com o pai.
