No último dia 17, uma operação coordenada pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), em colaboração com as Polícias Militar e Civil, resultou na fiscalização da Fazenda Agropecuária Andorinhas, localizada na Área de Proteção Ambiental Serra das Andorinhas, em São Geraldo do Araguaia, no Pará.
Os Promotores de Justiça da cidade, Erick Fernandes, e a Promotora de Justiça Agrária, Alexssandra Mardegan, lideraram a ação, revelando práticas prejudiciais ao meio ambiente, além de crime ambiental.
USO DE AGROTÓXICOS SEM DOCUMENTAÇÃO
Durante a fiscalização, as autoridades descobriram a presença de diversos agrotóxicos no local, desprovidos de documentação adequada, além de recipientes descartados de forma irregular ao ar livre. Três indivíduos foram detidos por envolvimento no uso ilegal de agrotóxicos e foram liberados após audiência de custódia realizada na sexta-feira, 19.
Os indícios da operação têm origens em relatos recebidos pelo Ministério Público em julho de 2023, provenientes de moradores, especialmente da comunidade tradicional de Santa Cruz, em São Geraldo. Os relatos apontavam para o impacto negativo nas plantações causado por sobrevoos de aviões que despejavam agrotóxicos, uma prática atribuída a grandes fazendas próximas, incluindo a Fazenda Agropecuária Andorinhas, uma propriedade de aproximadamente 9.200 hectares pertencente a um proprietário alemão.
Os materiais apreendidos, incluindo amostras de plantas, passarão por análise laboratorial como parte das investigações em curso conduzidas pelo MP paraense. Além disso, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Geraldo do Araguaia será notificada para tomar medidas relativas ao uso indevido de agrotóxicos na área.
O MPPA, por meio da Promotoria Agrária e promotores de municípios da região, está engajado em investigações de longa data sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos. O tema foi objeto de discussão no Fórum Regional de Combate aos Impactos Causados pelo Uso de Agrotóxicos da Região Sul e Sudeste do Estado do Pará, realizado em novembro de 2023 em Marabá, visando fomentar o debate sobre os impactos ambientais e sociais desse tipo de prática na agropecuária.
O BT solicitou um posicionamento ao MPPA sobre o que mais será feito em relação à fazenda e seu proprietário, uma vez que a prática é recorrente no local. Aguardamos retorno.
*Feito com informações do Ministério Público do Pará.