Jair Bolsonaro fez uma última live como presidente no fim da manhã desta sexta-feira, dia 30 de dezembro. Em um discurso que durou mais de 50 minutos, o futuro ex-presidente falou sobre a derrota nas urnas, as tentativas de atos terroristas em Brasília e criticou o ainda nem iniciado governo Lula.
Após semanas distante das tradicionais live que fazia para seus apoiadores, Bolsonaro abriu o vídeo fazendo um “balanço”dos últimos quatro anos em que esteve à frente do governo e comentou sobre a situação política do país.
Ele falou sobre a privatização da Eletrobras e o controle da inflação por meio da redução dos preços dos combustíveis.
ATOS TERRORISTAS DE BOLSONARISTAS
Ainda durante a live feita pelas redes sociais, Bolsonaro repudiou atos feitos por manifestantes bolsoaristas antidemocráricos e classificou como “terrorista” o apoiador dele que planejou um atentado a bomba no aeroporto de Brasília.
“Nada justifica ato terrorista”, afirmou. Mas em seguida, Bolsonaro criticou a imprensa “A mídia massifica como bolsonarista, é maneira da imprensa de tratar. A mesma que fala em liberdade de imprensa e hoje aplaude a falta de liberdade que vivemos hoje”, criticou Bolsonaro ao dizer que a mídia classifica de atos terroristas os feitos por bolsonaristas. Ele também criticou o que chamou de “falta de liberdade”.
“Nossas liberdades estão sendo tolhidas. Hoje em dia, ass pessoas ficam com receio de escrever uma mensagem no ZAP (WhatsApp) e até os médicos ficam impedidos de serem livres para passar o tratamento. Nós vamos adotar a defesa da liberdade como uma luta do povo brasileiro”, Disse Bolsoanaro,
DERROTA NAS ELEIÇÕES
Bolsonaro ainda falou sobre as eleições presidenciais e criticou o fato de não poder questionar o resultado. O partido do então presidente, PL, sem provas de fraude, ingressou com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir anulação dos resultados de parte das urnas no segundo turno do pleito. A sigla foi multada em R$ 22 milhões por má-fé na realização da denúncia, segundo o presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro ainda acusou o processo eleitoral de ter agido com “parcialidade”” durante no período eleitoral”. .
“As esperanças da vitória eram palpáveis, veio o programa eleitoral gratuito e fomos massacrados com mentiras da outra parte, como vai acabar com 13º e não vai ter mais hora extra. Acusações absurdas. E a questão das rádios tinha mais espaço para um candidato do que para outro. Tinham certas medidas adotadas pelo sistema eleitoral que ninguém conseguia entender, fui proibido de fazer live em casa. Foi uma campanha imparcial? Obviamente que não foi imparcial, foi parcial. E então tivemos o resultado do 2º turno, 50,9% contra 40,9%. Se você duvidar da urna você tá passível de repetir o processo, isso é crime. Mas tudo bem, não vamos duvidar das urnas aqui”, falou o candidato a reeleição derrotado. Bolsonaro recebeu, 49,1% dos votos válidos.
Ele ainda agradeceu os votos recebidos e pediu calma aos apoiadores que realizaram atos golpistas em estradas em todo o país: “Não vamos achar que o mundo vai acabar em 1º de janeiro. Não vamos para o tudo ou nada no 1º de janeiro. Inteligência, vamos mostrar que somos diferentes deles”, afirmou.
GOVERNO LULA
Para Bolsonaro, o governo Lula será “capenga”. O presidente argumentou que seu sucessor terá dificuldades com um Congresso “mais conservador”.
TENTATIVAS DE QUESTIONAR O RESULTADO DAS ELEIÇÕES
Bolsonaro também disse que buscou “dentro das quatro linhas da Constituição”, uma forma de questionar o resultado das eleições. “Está prevista a posse agora no dia 1º de janeiro. Eu busquei dentro das quatro linhas, dentro das leis, respeitando a Constituição, uma saída pra isso aí. Se tinha alternativa, se a gente poderia questionar alguma coisa dentro das quatro linhas”, afirmou.
“Mesmo dentro das quatro linhas temos que ter apoios. Alguém acha que é pegar uma caneta BIC e assinar?”, questionou o presidente. “Agora, certas medidas têm que ter apoio do parlamento, de alguns do Supremo, de outros órgãos, de outras instituições”, disse Bolsonaro.
“Sei que muita gente me critica por isso. Mas eu nunca saí das quatro linhas. Ou vivemos na democracia ou não vivemos. Ninguém quer isso aí”, completou Bolsonaro.
Veja a Live na íntegra: