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Em Santa Catarina,15 prefeitos são presos por suspeita de corrupção em licitação de coleta de lixo

Investigação do MPSC começou há cerca de um ano e meio, após delações premiadas, rastreamento de celulares e apurações de documentos. Prisões equivalem, atualmente, a 5% de todos os prefeitos de Santa Catarina.

No dia 27 de abril a operação ‘Mensageiro’ do Ministério Público de Santa Catarina, contabilizou a prisão de 15 prefeitos no estado catarinense, suspeitos de envolvimento em esquema de corrupção em licitação para o serviço de coleta de lixo em várias cidades de Santa Catarina.

O curioso é que as prisões equivalem atualmente, a 5% de todos os prefeitos de Santa Catarina e envolvem sete partidos.

A investigação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) começou há cerca de um ano e meio, após delações premiadas, rastreamento de celulares e apurações de documentos. Na 1ª fase, em 6 de dezembro de 2022, quatro prefeitos foram detidos.

Na 2ª fase, em 2 de fevereiro de 2023, dois prefeitos foram presos. Na 3ª fase, o prefeito de Tubarão teve o mandado de prisão preventiva cumprido junto com o vice. Na 4ª fase, na quinta, foram presos oito chefes do executivo municipal.

QUEM SÃO OS PRESOS:

  1. Deyvison Souza (MDB), de Pescaria Brava;
  2. Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva;
  3. Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul.
  4. Antônio Ceron (PSD), prefeito de Lages, que agora está em prisão domiciliar;
  5. Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo;
  6. Marlon Neuber (PL), de Itapoá;
  7. Joares Ponticelli (PP), de Tubarão;
  8. Luiz Carlos Tamanini (MDB), de Corupá;
  9. Armindo Sesar Tassi (MDB), de Massaranduba;
  10. Adriano Poffo (MDB), de Ibirama;
  11. Adilson Lisczkovski (Patriota), de Major Vieira
  12. Patrick Corrêa (Republicanos), de Imuraí;
  13. Luiz Divonsir Shimoguiri (PSD), de Três Barras;
  14. Alfredo Cezar Dreher (Podemos),de Bela Vista do Toldo
  15. Felipe Voigt (MDB), Schroeder

Também alvo de mandado de prisão, o prefeito Luis Antonio Chiodini (PP), de Guaramirim, não foi encontrado. Ele está na Europa, em viagem familiar, segundo a prefeitura.

O prefeito de Lages, Antônio Ceron, foi solto mediante ao uso de tornozeleira eletrônica por causa de problemas de saúde. O restante dos políticos está preso, sendo cinco réus no processo.

Segundo as investigações comandadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), uma empresa catarinense seria a responsável por pagar propina para agentes públicos no estado para ter acesso a licitações em diferentes municípios.

Um empresário seria o responsável pela interlocução com agentes públicos para a negociação de propina, conforme os investigadores.

A Serrana Engenharia, suspeita de fazer parte do esquema, manifestou-se por nota no início de abril: “O Grupo informa que tem histórico de mais de 30 anos de excelente execução dos contratos administrativos e todos os fatos imputados à empresa na Operação Mensageiro não possuem relação com a qualidade da prestação dos seus serviços aos municípios e a população.”

A empresa se disse “ciente da importância de rever seus processos internos e afirma que está implantando programas de integridade e regulação interna” e “que segue colaborando e acompanhando os trâmites de todos os processos relacionados à Operação Mensageiro.”

Já na quarta fase da Operação Mensageiro, em 27 de abril, o grupo disse em nota que se manifestaria exclusivamente nos processos da operação “em respeito ao sigilo judicial”.

Confira o que dizem os presos na 4ª fase da operação:

  • Adilson Lisczkovski (Patriota): A reportagem tentou contato com a defesa, mas não teve retorno até a publicação.
  • Adriano Poffo (MDB): Prefeitura de Ibirama disse que o político permanecerá sob custódia da Justiça. O comunicado diz que “o presidente do Poder Legislativo, Fernando Jost, iniciará o processo legal de transmissão de cargo de chefe do Executivo ao vice-prefeito, Jucélio de Andrade”.
  • Alfredo Cezar Dreher: A reportagem da NSC e do g1 Sc não conseguiu contato com a defesa
  • Armindo Sesar Tassi (MDB): A reportagem da NSC e do g1 Sc não conseguiu contato com a defesa.
  • Felipe Voigt (MDB): Prefeitura disse que não tinha informações sobre os mandados cumpridos.
  • Luiz Carlos Tamanini (MDB): Em nota, a defesa afirmou que não vai se manifestar já que o processo corre em segredo de Justiça.
  • Luiz Shimoguri (PSD): Município disse que o processo corre em segredo de justiça e que aguarda a operação avançar para se manifestar.
  • Patrick Correa (Republicanos): A reportagem da NSC e do g1 Sc não conseguiu contato com a defesa.
  • Vicente Corrêa Costa (PL): À NSC TV, a defesa do prefeito disse que a denúncia está amparada exclusivamente em colaboração premiada e que o prefeito não faz parte do do grupo. “O prefeito e ex-secretário são inocentes. Será provado durante a instrução criminal.”
  • Antônio Ceron (PSD): Quando foi detido, o político afirmou em nota que: “Reitero meu respeito ao Poder Judiciário, Ministério Público e demais órgãos investigativos. Vou me dedicar a minha defesa”.
  • Antônio Rodrigues (PP): Quando foi detido, a defesa disse que ia pedir a soltura do político. Em nota, o município afirmou que “está colaborando com às autoridades e aguarda que os fatos sejam devidamente esclarecidos.”
  • Luiz Henrique Saliba (PP): Quando foi detido, o advogado Manolo Rodriguez Del Olmo declarou que “provará sua inocência e ele será absolvido”.
  • Deyvison Souza (MDB): quando foi detido, o gabinete do prefeito disse que, “prezando pela transparência, forneceu toda a documentação exigida, cooperando na apuração dos fatos”, mas não comentou sobre a prisão.
  • Joares Ponticelli (PP): Ao g1 SC, o advogado do político disse que não há necessidade de o cliente seguir preso, pois as provas processuais já foram produzidas e não há risco de Ponticelli fugir.
  • Marlon Neuber (PL): O advogado do prefeito, que atua na defesa de outros investigados, como o cunhado do prefeito, Amilton José Reis, e do chefe de gabinete, Jadiel Miotti do Nascimento, disse que “o recebimento da denúncia é decisão que não significa reconhecimento da culpa”.
  • Defesa de prefeito alvo de mandado, mas que não foi preso:
  • Luiz Antonio Chiodini (PP): A defesa confirmou que houve a expedição de um mandado de prisão contra o prefeito, que está em viagem. O advogado informou que entrará em contato com o Ministério Público a respeito do assunto.

*Com informações de G1.