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Empreendedora enfrenta verdadeira saga para conseguir medicação após o filho ser mordido por morcego, em Belém; entenda

A empreendedora Desiree Giusti, que mora em Belém, viveu verdadeiros momentos de aflição e preocupação após o filho ser mordido por um morcego, na casa onde moram, na noite da última terça-feira, 4.

A situação foi ainda mais preocupante após ela levar o garoto à Unidade Básica de Saúde, do bairro do Jurunas, e os profissionais não aplicarem as vacinas e soro necessários para que ele não contraísse uma doença e a situação se agravasse. Nas redes sociais, ela contou que só depois de pesquisar e procurar outros profissionais de saúde, foi que ela conseguiu medicar o filho da forma necessária e correta.

Tudo começou quando o filho de Desiree o enviou uma mensagem informando que havia sido mordido por um morcego. Preocupada, a mãe o levou para a Unidade Básica de Saúde do bairro do Jurunas, na manhã da quarta-feira, 5.

Segundo Desiree, ao chegar no local, ela foi informada pelos enfermeiros que o garoto não receberia a vacina antirrábica, pois agora, a conduta é observar o animal. A empreendedora decidiu, então, buscar informações nas páginas de governamentais sobre saúde, foi quando descobriu que a orientação necessária é:

“Em caso de agressões por morcegos, deve-se proceder a SORO-VACINAÇÃO, independentemente do tipo de morcego agressor, tempo decorrido e gravidade da lesão. Iniciar imediatamente o tratamento com soro e 5 doses de vacina anti-rábica humana (cultivo celular) nos dias 0, 3, 7, 14 e 28.”

Desiree decidiu voltar à UBS, até que foi atendida por outra profissional de saúde que informou que o menino deveria sim tomar a vacina e o soro, que em Belém fica disponível no Pronto Socorro Mário Pinotti, localizado no bairro do Umarizal.

“Corri para o PSM, mas precisava fazer uma medicação pré-soro, a dexametasona, mas a dexa estava em falta no PSM. Voltamos para casa. Eu já aflita porque é super grave o contato com morcego”, escreveu a empreendedora.

Na manhã desta quinta-feira, 6, o menino ainda não havia sido medicado, foi então que Desiree decidiu buscar um hospital particular para tomar a dexametasona e em seguida voltaram ao PSM da 14 para que o soro fosse aplicado.

“Depois de muita informação errada, preocupação e neura, fui orientada por um infectologista e a conduta é a seguinte: quatro doses de vacina antirrábica, uma dose de antitetânica e o soro antirrábico”, escreveu.

Depois do desabafo, Desiree tranquilizou os seguidores e falou sobre o estado de saúde do menino. “Ele tá bem! Só com as dores no braço e na perna das vacinas que tomou. A mordida foi bem superficial e não inflamou”.

PERIGO
Os morcegos podem transmitir várias doenças, sendo as mais relevantes para a saúde pública a raiva e a Histoplasmose. A raiva é uma doença fatal para o ser humano e animais, é causada por um vírus presente na saliva de animais infestados (morcego, cão, gato, macaco, gambá, boi, cavalo, cabra, porco, etc.)

Como se prevenir:  
   – Nunca toque em um morcego estando ele vivo ou morto!
   – Vacine anualmente cães e gatos contra raiva, inclusive os que não têm acesso à rua, uma vez que morcegos voam e podem adentrar ou cair nas casas e apartamentos.
   – Evite dormir com as janelas dos quartos e dos banheiros abertas. Uma alternativa é colocar tela milimétrica nas aberturas de lareiras e janelas.

Ocorreu um acidente com um morcego, procure o Centro de Saúde imediatamente nos seguintes casos:
   – Se houver contato direto com um morcego, como: toque, mordedura, lambedura ou arranhão.
   – Se houver risco de contato com o animal, mesmo que não tenha certeza, como: acordar com um morcego no mesmo ambiente que dormiu.

Encontrei um morcego, o que devo fazer:
  – Quando encontrar um morcego em situação anormal (morto, caído, voando durante o dia, pendurados em local baixo ou expostos á claridade), coloque um caixa ou um balde sobre o morcego e isole o local, a fim de evitar o contato com crianças e animais e entre em contato com o setor de Zoonoses.
  –  Se o seu cão ou gato teve contato ou possibilidade de contato com um morcego, comunique ao Setor de Zoonoses, pois eles deverão receber reforço da vacina antirrábica e serem monitorados.

Sobre a demora para aplicação correta do medicamento e a falta da dexametasona, aqui em Belém, nós procuramos a Secretaria Municipal de Saúde, mas até o momento, não tivemos retorno.