Quase 24 horas depois da tragédia na Ilha de Cotijuba, onde a embarcação ‘Dona Lourdes II’ naufragou causando grande pânico e desespero, que deixou, até o momento, 11 vítimas, oito desaparecidos e 63 sobreviventes, no acidente ocorrido na manhã de quinta-feira, 8. De acordo com as investigações da Capitania dos Portos, Governo do Estado e Polícia Civil, a embarcação é clandestina e fugia das fiscalizações. A lancha estava acima da capacidade permitida, com mais 80 pessoas.
De acordo com o avanço das investigações, o acidente que provocou o naufrágio foi devido a batida da embarcação em uma pedra, próximo à praia da Saudade, em Cotijuba. A lancha saiu de Salvaterra, no Marajó, e tinha como destino a capital paraense.
Em nota, a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR), disse que no dia 03 de agosto de 2022, Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos (ARCON-PA), relatou a operação irregular da embarcação Clicia x Expresso, da mesma empresa da embarcação acidentada, a qual foi inspecionada e apreendida naquela ocasião. A CPAOR convocará a empresa responsável para
prestar esclarecimentos sobre o ocorrido e determinará a abertura de Inquérito para apurar o caso. A Marinha permanecerá com as buscas no local do acidente pelo tempo que for necessário.
PERÍCIA CIENTÍFICA
A Polícia Científica do Pará, em nota, afirma que cinco vítimas já foram identificadas e tiveram os corpos necropsiados, aguardando a liberação para os familiares. Dois já foram liberados e um passará pelos exames ainda nesta manhã. Além disso, os corpos cujos familiares não apareçam serão mantidos no Centro de Polícia Científica até que sejam identificados. Urnas já começaram a chegar para levar os corpos para a despedida com as famílias e enterro.
LUTO
O Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, decretou luto oficial de três dias na capital paraense em solidariedade aos mortos na tragédia. O Governador do Pará, Helder Barbalho, também decretou luto oficial de três dias em todo o Estado.
REDES SOCIAIS
Nas redes sociais, uma onda de comoção, tristeza e revolta tomou as pessoas. Muitos sentimentos manifestados de indignação por um acidente que poderia ser evitado com fiscalização mais forte e legislações punitivas mais eficazes. Outros internautas chamaram o fato de ‘tragédia anunciada’, em função da superlotação e as irregularidades da embarcação, que não tinha permissão para transportar pessoas.