//

Empresa decide bancar festa de formatura de alunos de medicina da USP após golpe de colega 

O valor de R$927 mil vai ser absorvido pela empresa e alunos devem receber a mesma estrutura de festa que havia sido contratada

Nesta segunda-feira(23), a empresa ÁS Formaturas, em reunião com o Procon-SP, decidiu absorver o prejuízo e não repassar aos alunos a dívida de quase R$1 milhão deixada pela estudante Alicia Dudy Müller Veiga, que era presidente da comissão de formatura do curso. A empresa pretende realizar a festa sem custos adicionais para os formandos, e fornecer aos alunos a mesma estrutura que havia sido originalmente contratada. No entanto, com algumas pré-determinações.

Em entrevista coletiva, o chefe de gabinete do Procon-SP disse que o contrato havia sido fechado em 2019. Entretanto, a pessoa jurídica que formalizou as negociações, que representava uma associação dos formandos, nunca foi registrada.

“O contrato foi celebrado entre duas pessoas jurídicas. Mas os alunos teriam que ter criado uma associação, registrado no tabelião de notas e formado pessoa jurídica. Teria representatividade legal”, explicou Farid, ressaltando que o negócio teria sido “mal elaborado” e fechado informalmente.

Agora, a empresa ÁS Formaturas tem 15 dias para contatar individualmente cada um dos cerca de 130 alunos envolvidos e apresentar a proposta. Com a aceitação do novo plano pelos alunos, a empresa deve realizar em até um ano a festa. O Procon-SP acompanhará o processo. Até lá, se forem comprovados problemas relacionados com a empresa, uma multa de até R$12 milhões pode ser aplicada.

VAQUINHA

No último domingo (22), os estudantes da USP resolveram montar um meio para captar doações online para a realização da festa. Segundo o anúncio feito por eles nas redes sociais, os primeiros doadores de valores a partir de R$1.500 vão ter direito a um convite. Também existem outros incentivos à doação, com propostas de até R$9 mil.

“O dinheiro arrecadado foi pago em parcelas ao longo de 4 anos e muitos colegas nossos e seus familiares se sacrificaram pela realização de ter uma festa de formatura. Fomos a primeira turma a incluir a adesão social para aqueles que tinham esse sonho mas não conseguiam encarar o valor integral”.

“Sabemos que as doações serão de pessoas que se importam conosco, empatizam com a causa e entendem a importância do evento tanto como nós. Agradecemos de coração qualquer quantia doada para a realização da festa”, escreveram em publicação nas redes sociais.

 
 
 
 
 
View this post on Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A post shared by Centésima Sexta Comissão (@comissao106)

Ao ser questionada sobre a situação de Alicia, a USP alegou estar acompanhando a apuração dos fatos. 

A TV Globo perguntou se a Universidade considera expulsar Alícia do curso após os ocorridos, mas não recebeu respostas claras. 

“Diante do andamento da investigação sobre a fraude contra a Comissão de Formatura, que envolve uma aluna da Faculdade de Medicina da USP, a Instituição informa que está acompanhando a apuração dos fatos pelos órgãos competentes”, declarou a instituição.

APREENSÕES

Na manhã desta terça-feira, 24, a Polícia Civil apreendeu o carro alugado por Alicia, o carro estava estacionado próximo ao apartamento também alugado pela estudante. O carro havia sido alugado por dez meses, a um valor de R$2.000 por mês, totalizando R$20 mil gastos. O apartamento era alugado por um valor de R$3.700 por mês.