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Estudantes brasileiras desenvolvem copo que muda de cor ao entrar em contato com ‘droga do estupro’

Há um ano, quatro estudantes do colégio SESI Gravataí, no Rio Grande do Sul, passaram a desenvolver um copo capaz de mudar de cor para alertar sobre a presença da droga GHB (Ácido Gama Hidroxibutírico), popularmente conhecido como ‘Boa Noite Cinderela’.

GHB é popularmente conhecida como ‘droga do estupro’ ou ‘boa noite, cinderela’. Foto: Reprodução.

A substância, também chamada de ‘droga do estupro’, tem capacidade sedativa e é comumente utilizada misturada em bebidas a fim de dopar a pessoa que ingere. O seu uso, geralmente, não deixa rastros antes do consumo, uma vez que a droga é incolor e não tem cheiro.

As estudantes são do Rio Grande do Sul. Foto: Reprodução.

Em entrevista à CNN Brasil, as estudantes do 2° ano do Ensino Médio, Giovanna Freitas, Giovanna Moraes, Nicolli Marques e Natally Souza, afirmam que esse uso popular foi um dos motivos para o andamento do projeto. “Durante as nossas pesquisas, a gente percebeu que tinha um grande uso de entorpecentes utilizados em festas para deixar as pessoas dopadas e serem vulneráveis a sequestros, roubos, assaltos e abusos sexuais”, disseram. 

A ideia era ter um projeto inovador, que transformasse qualquer ambiente em um ambiente seguro para as mulheres. “Decidimos criar algo inovador e que trouxesse um benefício para a sociedade. Foi quando pensamos em um copo que acusasse o ‘boa noite, Cinderela'”, contam.

Alunas criaram projeto a partir da história de Mariana Ferrer, vítima de estupro. Foto: Reprodução.

Elas contaram, ainda, que o caso da estudante Mariana Ferrer, que foi dopada e abusada dentro de uma balada em Florianópolis em 2018, serviu como base de inspiração para o andamento da pesquisa. 

A partir daí, as quatro começaram a trabalhar em um projeto que fosse possível detectar a presença da droga, para que a vítima pudesse ser alertada. Nas pesquisas, elas utilizaram o reagente colorimétrico dragerndorff, que ao entrar em contato com o GDH, faz com ele mude para uma cor avermelhada.

A pesquisa é inédita no Brasil, entretanto existem outras propostas parecidas. Um dos projetos trabalha com uma base sólida do copo, feita de propileno, para comportar o reagente químico. “Nossa maior dificuldade no momento é produzir essa base sólida. Nós já temos o reagente que usaríamos, porém como todos os outros reagentes colorimétricos, ele também é tóxico e a gente tá trabalhando de uma maneira que isso não intoxique uma pessoa ao ser utilizada. Nossa ideia é que o reagente fique na base do copo na forma sólida, podendo, assim, ser usado mais de uma vez. Isso deve levar maior segurança para as pessoas nas festas. E, caso sejam vítimas desses crimes, elas terão uma prova física”, explicam as estudantes.

A pesquisa das estudantes continua e elas buscam um patrocinador para o projeto.