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Faculdade confirma que ex-bbb Matteus Amaral usou sistema de cota racial; entenda o caso

Foto: reprodução / TV GLOBO

O caso do ex-bbb Matteus Amaral, acusado de fraudar o sistema de cotas raciais para entrar na universidade se complicou ainda mais após o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFAR) confirmar em nota que o vice campeão do BBB24 se autodeclarou uma pessoa preta para concorrer a uma vaga na instituição de ensino.

A nota foi enviada à Contigo!, e a informação divulgada pelo colunista Gabriel Perlinea. No texto, o IFFAR frisou que a única maneira de rever o caso seria por meio de denúncia, o que não aconteceu enquanto Matteus era aluno.

Ta perdido no rolê? Vem entender o caso.

Faculdade confirma que ex-bbb Matteus Amaral usou sistema de cota racial. Foto: Reprodução/ Instagram
Faculdade confirma que ex-bbb Matteus Amaral usou sistema de cota racial. Foto: Reprodução/ Instagram

Acusação de fraude conta Matteus

Tudo começou na última quinta-feira, 13, quando o vice campeão do BBB 24 foi acusado de fraude no sistema vestibular por cotas raciais para ingressar na universidade, conforme informações divulgadas pelo jornalista Alessandro Lo-Bianco. Segundo o colunista, Matteus teria se beneficiado indevidamente do sistema de cotas para ser aceito na instituição de ensino superior.

Documento divulgado na web com o ex-bbb Matteus Amaral de declarando uma pessoa preta
Documento divulgado na web com o ex-bbb Matteus Amaral de declarando uma pessoa preta

Matteus estudou Engenharia Agrícola por cinco períodos no Instituto Federal Farroupilha (IFFar) no Rio Grande do Sul, antes de trancar a matrícula para cuidar de sua avó. Documentos públicos mostram que Matteus Amaral Vargas foi aprovado para o curso no campus de Alegrete, em uma parceria interinstitucional entre o IFFar e a Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Na lista de aprovados o candidato Matteus Amaral Vargas, do curso de engenharia agrícola, se autodeclara uma pessoa preta.

Vídeo com voz que seria da mãe do ex-bbb viraliza

Após a divulgação da notícia, a história ganhou mais polêmica após viralizar um vídeo do gaúcho com uma voz ao fundo que seria da mãe do ex-bbb.

Nas imagens divulgadas pelo próprio Matteus nos stories do Instagram, ele aparece segurando um animal e brincando. Ao fundo, uma mulher diz: “Mas aí eu já soube que isso daí não dá nada. Se eu me declarei negra eu sou negra e o senhor não pode me falar nada e se me falar, eu ainda processo”.

A declaração, que seria da mãe de Matteus, provocou uma enxurrada de comentários negativos nas redes sociais. Muitos internautas expressaram sua indignação com a situação. “Eu gosto muito do Matteus, porém estou em choque como estão passando pano para um erro”, comentou um usuário.

O vídeo foi deletado em seguida. Veja!


O que disse a universidade?

A Contigo! divulgou uma nota enviada pela instituição falando sobre o caso e confirmando que o ex-bbb de fato de autodeclarou um homem preto na inscrição para se candidatar ao curso. A nota ainda afirma que na época, a Lei de Cotas 2012 dizia que o único documento exigido para comprovação de etnia era uma declaração feita pelo próprio aluno, e que não havia mecanismo disponível para a checagem.

Instituto federal farroupilha - Campus Alegrete. Imagem: Assessoria de Comunicação IFFAR
Instituto federal farroupilha – Campus Alegrete. Imagem: Assessoria de Comunicação IFFAR

Confira a nota divulgada pela Contigo! na íntegra:

Em 2014 o estudante Matteus Amaral Vargas ingressou no curso de bacharelado em Engenharia Agrícola oferecido em conjunto com a Unipampa. A inscrição dele foi feita nas vagas destinadas a candidatos pretos/pardos. Essas informações constam no Edital no 046/2014, que é público e traz o resultado da seleção desse curso naquele ano. Esse curso, oferecido em conjunto com a Unipampa, não é mais ofertado pelo IFFar desde 2021. O Matteus Amaral Vargas também não é mais estudante do IFFar.

Em relação ao ingresso pelas cotas, é importantíssimo ficar claro que, naquela época, de acordo com a Lei de Cotas de 2012, o único documento exigido para a inscrição nas cotas era a autodeclaração do candidato. Assim como em outras instituições federais de ensino, não havia mecanismo de verificação ou comprovação da declaração do candidato. Os editais, contudo, continham a informação de que, ‘a constatação de qualquer tipo de fraude na realização do processo sujeita o candidato à perda da vaga e às penalidades da Lei, em qualquer época, mesmo após a matrícula’.

Não havendo nenhum mecanismo específico de verificação de autodeclaração implantado, possíveis fraudes eram apuradas apenas se houvesse denúncia. Ou seja, alguém deveria fazer uma denúncia formal na Ouvidoria da instituição. Nesse caso, a questão poderia ser investigada internamente, por meio de um processo administrativo normal, que assegurasse ampla defesa de todas as partes. Nenhuma denúncia desse tipo foi feita na época.

Também é fundamental esclarecer que a política nacional de cotas foi sendo aperfeiçoada com o tempo, principalmente em razão de denúncias de possíveis fraudes terem surgido em várias instituições, várias delas recebendo ampla cobertura midiática. Um dos mecanismos implantados é a heteroidentificação, adotada pelo IFFar desde as seleções realizadas em 2022 para ingresso em 2023. Atualmente, cada campus do IFFar possui uma comissão composta por três pessoas titulares e duas suplentes que atua em todos os processos de seleção dos estudantes.

O que diz o acusado?

Até o momento, nem o ex-BBB nem a mãe dele não se pronunciaram publicamente sobre o caso.