Nas primeiras horas da manhã de 1º de janeiro de 2024, uma tragédia chocante abalou Balneário Camboriú, Santa Catarina, onde quatro jovens de idades entre 16 e 24 anos foram encontrados mortos dentro de uma BMW em uma rodoviária da cidade.
A principal hipótese para a causa da morte dos jovens é intoxicação e posterior parada cardiorrespiratória, conforme apontam as investigações da Polícia Civil catarinense. Dentro desse cenário, o delegado do caso, Bruno Effori, disse ao site G1, que uma falha mecânica no sistema de escapamento do veículo pode ter provocado a liberação de monóxido de carbono para o interior do carro, onde estavam os ocupantes.
Os quatro jovens ficaram cerca de quatro horas dentro do carro ligado com o ar-condicionado funcionando e foram encontrados desmaiados. O carro de luxo, uma BMW/320I M Sport, foi fabricada em 2022.
A família de uma das vítimas disse que o veículo havia passado por uma customização recente no sistema de escapamento do carro, e polícia busca saber se tem relação com o vazamento.
“Há necessidade de exames complementares, mas a perícia apontou uma perfuração no escape entre o motor e o painel do automóvel, e que teria vazado monóxido de carbono para dentro do veículo, que teria causado asfixia e parada cardiorrespiratória nos ocupantes”, afirmou o delegado Bruno Effori.
AS MORTES
Conforme o delegado do caso, imagens de câmeras de monitoramento do Terminal Rodoviário de Balneário Camboriú, onde o carro estava estacionado quando as vítimas foram encontradas, foram analisadas.
Após checagem da investigação, o delegado deu detalhes sobre a dinâmica do caso. Segundo Effori, a mulher que sobreviveu foi a que menos ficou dentro do carro. Ela chegou de Minas Gerais de ônibus, por volta das 3h e ficou aguardando os ocupantes da BMW, que iriam encontrá-la.
As vítimas são:
- Gustavo Pereira Silveira Elias, 24 anos.
- Karla Aparecida dos Santos ,19 anos.
- Tiago de Lima Ribeiro, 21 anos.
- Nicolas Kovaleski, 16 anos.
Os jovens eram de Paracatu e Patos de Minas, em Minas Gerais, mas moravam na Grande Florianópolis há cerca de um mês, segundo o delegado Bruno Effori. A prefeitura de Paracatu decretou luto oficial pelas mortes de Gustavo, Thiago, Nicolas e Karla.
MONÓXIDO DE CARBONO: O GÁS SEM CHEIRO E SEM GOSTO
O monóxido de carbono (CO) é um gás sem cor, sem cheiro e sem gosto, tornando-o difícil de ser detectado pelos sentidos humanos. Ele é produzido pela queima incompleta de combustíveis, como carvão, madeira, gás natural e gasolina. Fontes comuns de exposição ao monóxido de carbono incluem escapamento de veículos, aparelhos de aquecimento, lareiras, fogões a gás e geradores a combustível.
EFEITOS
Quando inalado, o monóxido de carbono se combina com a hemoglobina no sangue, formando a carboxihemoglobina (que indica a exposição ao monóxido). A carboxihemoglobina tem uma afinidade muito maior pelo oxigênio do que pela hemoglobina, o que leva a uma diminuição da quantidade de oxigênio que pode ser transportada pelo sangue para os tecidos e órgãos. Isso pode resultar em uma condição conhecida como intoxicação por monóxido de carbono, o que ocorreu com os jovens encontrados sem vida em Balneário Camboriú.
Os efeitos da exposição ao monóxido de carbono podem variar dependendo da concentração no ambiente e da duração da exposição. Sintomas iniciais de exposição leve podem incluir dor de cabeça, tontura, fraqueza, náusea e vômitos. Exposições mais severas podem levar a confusão mental, perda de consciência, danos cerebrais, perdas respiratórias e morte.