Na última quarta, 25, em uma abordagem policial, o jovem Davi Silva, de 16 anos, foi morto em Ananindeua, próximo ao Condomínio Super Life. Ele estava na garupa de uma motocicleta que era conduzida por um mototaxista. O condutor foi detido pela Polícia Militar na ocasião.
De acordo com a família, o fato havia sido divulgado como uma suposta perseguição após um assalto. O que, segundo a família, contradiz aos relatos de testemunhas e demais provas.
“Os dois homens abordados não oferecem qualquer resistência, e ainda assim, o menor é executado no chão. Eles não tinham antecedentes criminais. Por trás de uma matéria, que divulgou indevidamente o nome do adolescente e o classificou como “assaltante”, existe um garoto que teve a vida covardemente interrompida. Um atleta, um estudante, um filho, um irmão, que não apresentava qualquer registro policial que o desabonasse”, diz a família, ainda abalada com a perda recente.
Indignada, a família pontua que o Estado e a sociedade devem proteger e cuidar de jovens e adolescentes como determina o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).
“Segundo o ECA, seres humanos na fase da infância e adolescência são sujeitos de direitos em condição peculiar de desenvolvimento, que demandam proteção integral e prioritária por parte da família, sociedade e Estado. Esse mesmo Estado que deveria proteger”, lamenta a família.
O OCORRIDO
A família também conta em comunicado que o relato policial da ocorrência teria sido feito mais de uma hora depois do fato, e que um Coronel teria se manifestado em TV aberta afirmando que teria havido perseguição e troca de tiros, confirmando o suposto assalto.
“O que se viu, segundo as testemunhas, foi a moto parar de imediato no momento da abordagem policial, e na sequência, foram efetuados vários disparos com o menor rendido e deitado no chão. No corpo do adolescente havia marcas de tiro no peito, na costela e na perna. Uma execução sumária. A viatura que executou o jovem não era da área, mas do Conjunto Júlia Seffer”, completou a família.
Amigos, familiares e parentes pedem por Justiça e punição aos responsáveis pela morte de Davi, que era atleta de Jiu-Jitsu. Uma hashtag (#justicapelodavi) já foi criada e vem crescendo como uma corrente nas redes sociais para alcançar a justiça ao caso.
“Davi nunca teve passagem pela polícia ou qualquer envolvimento com o crime. Era um jovem que tinha sonhos, era filho, irmão, amigo. Um atleta, com um futuro brilhante pela frente e que foi interrompido pela violência policial. Hoje venho por meio desta prestar nossa solidariedade à família e amigos, principalmente à mãe, pois onde uma chora a morte do seu filho, todas as mães se compadecem da mesma dor. Filhos são para o mundo, pra viverem seus sonhos e conquistas e não pra morrer de bala. Exigimos justiça por Davi, que as autoridades se pronunciem e tomem as devidas providências. Esse crime não pode ficar impune, em nome do MPJ Ananindeua estamos aqui a disposição no que for preciso”, diz a publicação que pede justiça ao caso do jovem.
HOMENAGENS
Na próxima quarta,01, de novembro, será realizada a Missa de Sétimo dia pelo falecimento do jovem de 16 anos:
Nesta segunda,30, os pais de Davi estiveram na escola onde ele estudava e foram recebidos com carinho por alunos e colegas de turma do jovem.
A Polícia Civil informou em nota que o caso foi apresentado pela Polícia Militar na Seccional da Cidade Nova como intervenção policial. Um inquérito foi instaurado para apurar o fato e perícias foram requisitadas para auxiliar na investigação.