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Família desmente versão da polícia sobre jovem morto no bairro do Marco, em Belém

A família de Alan Felipe Ribeiro, de 22 anos, morto neste sábado, 28, em uma ação policial no bairro do Marco, em Belém, desmente a versão divulgada pela polícia sobre o caso. De acordo com a Polícia Militar, uma equipe foi ao endereço de Alan para atender a uma ocorrência de sequestro. Em nota a PM afirma que, “ao chegarem no local, o suspeito, que era marido da vítima, reagiu à ação policial. O homem foi atingido e não resistiu aos ferimentos.”

O BT conversou com uma tia do rapaz sobre o posicionamento da família. No vídeo publicado pelo Jornal da Marambaia, a mãe de Alan, Flávia Ribeiro, nega a versão de que o jovem teria feito a própria esposa refém. 

“A minha nora acordou meu filho dizendo que estava acontecendo um assalto dentro da casa deles e ele disse pra ela esconder o filho deles. Quando meu filho saiu do quarto, ele foi surpreendido com a polícia entrando dentro de casa e atiraram nele achando que ele que era o assaltante. 

Ela (nora) ligou pra polícia dizendo que estava sendo refém, que tinham bandidos pedindo dinheiro. Só que em nenhum momento isso aconteceu. Ela que ligou pra polícia falando que tinha gente na casa, mas não tinha ninguém dentro da casa, porque quem abriu a porta foi o padrasto dela. Eles entraram, os policiais, não sabendo o que estava acontecendo, já entraram atirando no meu filho, tirando a vida do meu filho”, explicou Flávia. 

A tia disse que a família ainda não sabe ao certo o que ocorreu, mas afirma que Alan é inocente.

Alan era graduando em Administração na Universidade Federal do Pará (UFPA), trabalhava como serviços gerais e tinha um filho pequeno, a queria “dar um futuro bom”, segundo relatou a mãe dele.

PEDIDO DE JUSTIÇA

O caso aconteceu por volta das 5h20 da manhã. Os familiares do jovem só souberam da situação quando Alan já estava morto. “Essa história está muito estranha, mal contada. Queremos justiça”, disse a tia de Alan.

O BT solicitou posicionamentos às Polícia Civil e Militar a respeito da versão da família e aguarda resposta.

“Meu filho morreu injustamente. Como mãe faço apelo para que ninguém suje a imagem do meu filho. Meu filho acordava de manhã cedo, ia trabalhar, quando chegava do trabalho ia pra universidade, quase meu filho não dormia. Ele dizia: ‘mãe, eu quero dar um futuro bom pro meu filho’”, desabafou Flávia.

Flávia, mãe de Alan, contesta versão da polícia sobre caso. Vídeo: Jornal do Bairro do Marco

A família afirma que Alan era querido pelos conhecidos e nunca teve envolvimento com crimes. “Estão dizendo que meu filho trocou tiro com a polícia. Meu filho nunca pegou em arma, é estudioso, sempre estudou, ninguém tem nada a reclamar dele, nunca teve envolvimento com más companhias”, contou Flávia.

O velório de Alan Ribeiro acontecerá neste domingo, ao meio-dia, no cemitério São Jorge, na Marambaia.