Por Juliana Galvão.
Família tóxica. Assunto tenso. Precisamos falar sobre isso.
Não é difícil identificarmos pessoas tóxicas perto da gente. De forma geral, elas apresentam comportamentos agressivos, uns mais sutis, outros nem tanto. Desde violência emocional (mais difícil de identificar), até violência física.
No entanto, quando acontece dentro do ambiente familiar parece ficar mais difícil perceber e lidar com alguém tóxico. Há alguns motivos para isso. A família é uma instituição socialmente representada pelo acolhimento, afeto. Para maioria das pessoas é natural associar a família à base e à razão de existir. Há uma expectativa de que nós amemos nossos familiares, incondicionalmente. E que perigo é esse incondicional!
Outro motivo que dificulta a percepção é o histórico da tua relação com a pessoa tóxica. Se tens memórias boas, isso atrapalha entender o lado sombrio deste familiar. Mas, se as memórias são ruins também há dificuldade. Especialmente quando a pessoa esboça uma atitude agressiva. Isso pode provocar uma série de reações negativas, como angústia e estresse, deteriorando o teu bem-estar emocional.
Características da família tóxica:
Abusos psicológicos que podem conter Controle/manipulação emocional, Chantagem emocional, inferiorização, descrença e desrespeito. Há ainda casos de agressão física também.
Os efeitos disso não demoram a aparecer. E a longo prazo há uma série de consequências para a saúde mental e qualidade de vida de quem convive na família tóxica.
Como lidar?
Acertou quem pensou: terapia. A psicoterapia é um processo de autoconhecimento libertador. Lidar com as dores (algumas ainda latentes) de uma família tóxica pode ser muito difícil. O processo terapêutico possibilita que o manejo seja o mais saudável possível.
Além disso, caso necessário: afaste-se ou tente criar uma distância segura, com presenças esporádicas (em encontros e eventos, talvez). Em alguns casos é o melhor a fazer. A distância pode ser algo importante na cura e ressignificação da vida de alguém que seguiu por anos em um ambiente familiar tóxico.
Detalhe: não adianta fingir que não existe a dor. Não leve a toxicidade adiante. Vezes há uma tendência à justificar ou aceitar, com falas do tipo: Deixa para lá; Sempre foi assim; É só não dar bola…
As dores não viram poeira existencial.
É possível buscar uma vida equilibrada e saudável mesmo tendo vivido em uma família tóxica.
Se cuidem.
Até a próxima.
Juliana Galvão
Psicóloga
Crp10/3645
MAIS CONTEÚDO
Ouça o podcast da psicóloga Juliana Galvão no Spotify clicando aqui.