O BT recebeu a denúncia de feirantes e moradores do bairro da Terra Firme, que relatam problemas como acúmulo de lixo, aparição de ratos e insalubridade no espaço que passa por reformas. Segundo a denúncia, os feirantes temem ter que fechar as portas.
“Uma tristeza o que a prefeitura fez na feira da TF. Barracas sendo roubadas, lixo, ratos, alagamentos e a queda do movimento por conta de uma obra feita de qualquer jeito. Nosso açougue tem mais de 30 anos e é a primeira vez que estamos cogitando fechar as portas. Não tem como lavar a parte de baixo das barracas, resultado: ratos, baratas, moscas e lixo acumulado. Tiraram todos os feirantes de dentro e construíram essas barracas de madeira no meio da rua pra eles trabalharem”, afirma Raphael Victor ao denunciar os problemas no twitter. Ele passa por essa realidade pois tem um ponto de comércio na feira.
Conforme os relatos denunciados, houve demora de cerca de oito meses para construir as barracas de madeira, para que os feirantes sigam com suas atividades para manter sua renda. Na gestão anterior, a rua da feira foi fechada por cerca de um ano e meio o que provocou uma queda no movimento de clientes no espaço.
“A feira praticamente morreu e a Terra Firme depende dessa feira e da economia que ela rende para o bairro. Agora que vai iniciar a reforma do mercado municipal o que provavelmente vai levar mais um ano. Enfim,o bairro da Terra Firme sempre foi esquecido pelo poder público. Se vocês soubessem como me dá vontade de chorar de ódio toda vez que abro o açougue e me deparo com isso. Tá muito difícil”, critica Raphael, que tem um açougue na feira e enfrenta muitas dificuldades para manter seu ponto e seguir com o seu trabalho.
Segundo comerciantes ouvidos pelo BT no local, muitos reclamam que perderam o fluxo de clientes que a feira tinha antes da reforma iniciar e ocasionar os diversos transtornos. “Perdi 70% do meu lucro desde que começou essa reforma mal planejada pela pfereitura. Tinha quatro funcionários, agora tenho só dois. Acumulei 22 mil em dívidas e venho contando com a compreensão dos meus fornecedores. A prefeitura não nos deu nenhuma previsão de entrega do nosso mercado. Aqui também ficou muito inseguro. Não entra mais caminhão dos fornacedores para fazer as entregas, nem carro, uber, nada. Ficou muito complicado”, disse ao BT Mari, que trabalha na feira da Terra Firme há 20 anos e agora acumula transtornos devido à obra.
O BT entrou em contato com a Sesan, prefeitura de Belém e Secon sobre esses problemas relatados. Em nota, que a coleta de resíduos produzidos pelos feirantes é realizada três vezes por dia.
Em nota, a Secon disse que a feira provisória da Terra Firme, localizada na Av. Celso Malcher, foi projetada e implantada seguindo as normas sanitárias e de segurança para os trabalhadores e para a população do bairro.
Confira a nota na íntegra:
“A Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) informa que a coleta de resíduos produzidos pelos feirantes é realizada três vezes por dia. Ainda assim irá verificar a denúncia junto à prestadora de serviço responsável. Caso constatada a falha na coleta, a Sesan tomará as medidas cabíveis para regularizar a situação o mais rápido possível”.
“A Secretaria Municipal de Economia (Secon) informa que a feira provisória da Terra Firme, localizada na Av. Celso Malcher, foi projetada e implantada seguindo as normas sanitárias e de segurança para os trabalhadores e para a população do bairro. Entretanto, a Secon irá realizar vistoria técnica para apurar as denúncias apresentadas na reportagem. A Secon informa, ainda, que possui equipes de servidores permanentes na feira provisória da Terra Firme para efetuar o ordenamento e a fiscalização na área”.