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Chocolat Xingu: festival de chocolate em Altamira gera R$7 milhões em negócios

Foto: Jaime Souzza

O Festival Internacional do Chocolate e do Cacau de Altamira – Chocolat Xingu, que aconteceu de 13 a 16 de junho, encerrou com resultados impressionantes, fortalecendo Altamira e a região como importantes produtores de cacau. Durante os quatro dias de evento, cerca de 132 mil pessoas participaram, superando em 12 mil o público do ano anterior, segundo a Prefeitura Municipal.

A movimentação econômica foi significativa, com projeções indicando um impacto de R$ 27 milhões na economia local. Deste total, R$ 20 milhões foram gerados pelo comércio de Altamira, incluindo hotéis, restaurantes, bares e serviços turísticos, enquanto R$ 7 milhões resultaram de vendas e acordos diretos na feira, beneficiando especialmente os pequenos negócios.

Altamira: Polo Cacaueiro

Altamira, o município mais extenso do Brasil, destaca-se pela produção anual de cerca de seis mil toneladas de cacau. A cidade, junto com municípios vizinhos como Medicilândia, Uruará, Anapu, Placas e Brasil Novo, mantém o Pará na liderança do ranking nacional de produção de cacau, responsável por 55% da produção nacional, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Sustentabilidade e COP 30

A produção de cacau em Altamira é um pilar da bioeconomia, gerando renda de forma sustentável e contribuindo para a preservação da biodiversidade amazônica. Jiovana Lunelli, da Cacau Xingu, enfatiza a qualidade diferenciada de seus chocolates, produzidos com cacau orgânico em sistemas agroflorestais sustentáveis. “Produzimos um chocolate com um cacau orgânico, certificado no sistema de agrofloresta sustentável, e me orgulho muito em dizer que sou produtora orgânica. Eu não vendo só o chocolate, vendo uma ideia”, afirmou Jiovana.

Renato Coelho, coordenador do Núcleo COP 30 do Sebrae no Pará, destacou que a cacauicultura está alinhada com as discussões da COP 30 devido à sua baixa emissão de gases de efeito estufa e à geração de renda local. Durante o festival, ele ministrou a palestra “A cacauicultura e a COP 30” para produtores e empreendedores da região.

Festival do Chocolate

Chocolat Xingu: festival de chocolate em Altamira gera R$7 milhões em negócios. Foto: Divulgação
Chocolat Xingu: festival de chocolate em Altamira gera R$7 milhões em negócios. Foto: Divulgação

Realizado no Centro de Eventos Vilmar Soares, o festival contou com uma variada programação, incluindo aulas de gastronomia, palestras, workshops e shows. Um dos destaques foi a “Rota Turística do Cacau ao Chocolate” e uma escultura de chocolate de quase dois metros de comprimento, criada pelo chef Léo Vilela e suas assistentes, Tayame Letícia e Jennifer Labres.

A feira de negócios reuniu mais de 200 estandes de marcas de Altamira e outros municípios, como Brasil Novo, Medicilândia, Vitória do Xingu, Pacajá, Belém, Santarém, Cametá e Novo Repartimento. Além disso, 140 produtores da região sudoeste e de outros municípios do estado, como Barcarena e Igarapé-Miri, tiveram a oportunidade de expor e comercializar seus produtos.

Premiações e Destaques

O evento também premiou os melhores chocolates, amêndoas e sobremesas do circuito gastronômico. O estande do Sustenta e Inova, programa do Sebrae que promove práticas agrícolas sustentáveis, foi um dos destaques, com a participação de seis empreendimentos, incluindo a Chocolate Ozawa, que fez sua estreia oficial no festival.

Rosângela Ozawa, da Chocolate Ozawa, compartilhou sua experiência: “É a primeira feira que participo e está sendo um divisor de águas, muito conhecimento e troca de informação”.

O Festival Internacional do Chocolate e do Cacau de Altamira teve o patrocínio do Sebrae/PA e foi realizado pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), e da Prefeitura Municipal de Altamira.

Com informações de Sebrae


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