No mês de conscientização da importância da prevenção do câncer de mama, a filha de uma paciente do Hospital Universitário João de Barros Barreto, quem fica localizado em Belém, relata que um medicamento importante para o tratamento da doença está em falta na farmácia do hospital.
O medicamento em questão é o Anastrozol, remédio específico para o tratamento de câncer de mama em pacientes que fazem radioterapia e que deve ser tomado diariamente.
Segundo Liliani Nascimento, filha de uma paciente oncológica, o remédio é distribuído pelo SUS, porém está em falta na farmácia do Barros Barreto há cerca de três meses.
O Anastrozol pode ser encontrado em farmácias convencionais em um valor de aproximadamente R$100,00.
O que pode ser comprado por alguns, se torna um preço alto para quem não tem condições de arcar com com o tratamento.
A mãe de Liliani, dona Leopoldina Nascimento, faz tratamento com radioterapia no Hospital Barros Barreto há três anos e não pode deixar de tomar o medicamento.
“Todos os dias ela liga para a farmácia e eles dizem que não tem previsão.” diz Liliani
Liliani contou para o BT que já houveram atrasos na distribuição, porém é a primeira vez que o medicamento fica em falta por um período tão longo.
“Minha mãe faz tratamento há três anos, as últimas duas caixas fomos nós que compramos. Nós podemos comprar, mas e as pessoas que não podem? Quem vem do interior a cada três meses para pegar o remédio? As pessoas não tem condições de comprar!” – Diz Liliani.
“No mês da prevenção do câncer de mama isso é no mínimo uma piada” Finaliza.
O hospital realiza cirurgias oncológicas, tratamento de quimioterapia e radioterapia e possui um grupo de cuidados paliativos, medicina de controle de dor e pronto atendimento oncológico.
O BT entrou em contato com o hospital Universitário João de Barros Barreto que declarou em nota:
A gestão do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), ao qual o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) é vinculado, esclarece que tem conhecimento da falta do medicamento anastrozol, contudo os processos licitatórios para a compra da referida medicação enfrentam problemas em relação aos preços exigidos pelo mercado. Desde agosto de 2020, e até setembro de 2021, as quatro tentativas de aquisição não tiveram êxito, causando a falta do medicamento no estoque do hospital. A gestão está em contato com outros hospitais parceiros da rede Ebserh e das redes municipal e estadual, na tentativa de movimentação do medicamento para atender os pacientes, enquanto aguarda o trâmite de um novo processo licitatório. Feito isso, a estimativa de retorno da distribuição é de 15 dias a partir da movimentação.
Também entramos em contato com a Sespa e aguardamos o posicionamento