Após ser contratado para realizar um laudo de perícia independente no Ninho do Urubu, Centro de Treinamento do Flamengo, no Rio de Janeiro (RJ), o engenheiro José Augusto Bezerra acusa o CEO do clube, Reinaldo Belotti, de adulterar o local no qual um incêndio matou dez jovens da base rubro-negra. A perícia foi encomendada pelo próprio Flamengo e o engenheiro afirma que as mudanças na cena do crime foram para tentar ludibriar a perícia e evitar uma possível cobrança contra o clube.
Segundo José Bezerra, Belotti teria enviado funcionários do Flamengo para retirar partes de instalações elétricas que teriam problemas. “Compromete o resultado da perícia da polícia. É decisivo”, comentou ao site “UOL”.
A perícia da Polícia Civil constatou que o incêndio ocorreu por um defeito no ar-condicionado e que o material das paredes dos dormitórios onde estavam os jovens atletas era inflamável. Já o laudo independente, feito por José, informa má instalações elétricas e também o problema no ar-condicionado, registrado pela própria PC, porém, a perícia original afirma que tudo foi coletado e ela foi concluída no mesmo dia, além de afirmar que a retirada dos fios de um disjuntor, em dias posteriores, não atrapalhou a Polícia Civil.
O Flamengo se defendeu em nota e afirmou que a acusação feita pelo engenheiro foi motivada por uma briga judicial após quebra de contrato de um serviço que o profissional prestou ao clube, após o incêndio no Ninho do Urubu.
O clube carioca busca na justiça a devolução do dinheiro referente a este serviço feito por José Augusto Bezerra. Por outro lado, o engenheiro afirma que o contrato foi rescindido após a empresa se negar a pagar ‘mesada’ a um membro da diretoria do clube.
O Flamengo emitiu a seguinte nota sobre a situação:
“Jamais o Senhor Reinaldo Belotti pediu a quem quer que fosse para adulterar a cena do local do incêndio, o que seria inútil haja vista a consumação imediata da perícia, logo após ao incêndio, bem antes dessa empresa e seu sócio surgirem no cenário. O clube também sustenta que ‘não há, em toda a vasta documentação produzida pelas autoridades públicas, qualquer elemento de prova que indique ou confirme a acusação leviana e caluniosa feita por esse senhor [Bezerra]”.