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Alunos que vazaram fotos íntimas de professora podem responder pelo crime, diz polícia

A Polícia Civil investiga o caso da professora de história Bruna Flor de Macedo Barcelos, que denuncia ter sido demitida após ter fotos íntimas vazadas por alunos, os quais acessaram pastas privadas do celular pessoal dela. O caso aconteceu em 2 de novembro de 2023, na Escola Estadual Doutor Gerson de Faria Pereira, em Alto Paraíso de Goiás.

Em nota, a polícia informou que os alunos já foram identificados, no entanto, não foi informado quantos alunos estão envolvidos. Por este crime, se comprovada a ação, os estudantes poderão responder por ato infracional análogo ao crime de divulgação de cena de nudez sem o consentimento da vítima.

Ato infracional é uma conduta descrita na lei como crime ou contravenção penal, só que praticado por uma criança (até completar 12 anos) ou adolescente (entre 12 anos completos e 18 anos incompletos).

Como aconteceu – Bruna explicou em seu depoimento que emprestou o aparelho para que os alunos pudessem tirar fotografias de um evento escolar que, posteriormente, seriam usadas em uma atividade pedagógica. No entanto, eles acessaram pastas particulares e compartilharam as imagens com os demais colegas.

A gestão da escola soube do ocorrido após uma coordenadora ver diversos estudantes reunidos e, ao se aproximar, ver que eles estavam olhando uma foto da professora nua. Mesmo assim, a gestão permitiu que ela trabalhasse até o final do dia, com todos já sabendo das fotos, exceto ela.

Além do constrangimento com os alunos, a professora contou que passou a ser destratada no ambiente escolar pelos colegas e gestão. “Me senti violada, violentada. Na sequência, a gestão da escola criou um ofício dizendo que os estudantes se sentiam constrangidos de assistirem às minhas aulas por verem minha foto nua. Uma inversão de quem foi vítima na situação”, disse a professora.

A Delegacia de Polícia de Alto Paraíso já colheu depoimento da vítima, da diretora da escola e de professores. “A PCGO informa que acompanha o caso detidamente, com prioridade, e já prestou as orientações devidas à vítima”, informou.

A Secretaria de Educação do Estado do Goiás negou que a demissão da professora foi motivada pelo vazamento de fotos íntimas, e sim por modelo de contrato. Além de que, a escola afirmou em resposta a um ofício da professora, que o regimento escolar estipula que os professores não podem emprestar seus celulares de uso pessoal aos alunos.

O caso está sendo investigado pela Policia Civil do Estado.

*Matéria realizada com informações do Jornal Estadão e CNN.