A declaração do Secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, feita no último domingo, e publicadas em suas redes sociais, de que a fumaça que encobre Manaus são decorrentes de queimadas no Pará, tende a diminuir a responsabilidade do estado sobre as ações de combate a queimadas. No entanto, dados capturados por imagens de satélite, contrariam a afirmação do secretário do Amazonas. Embora o Pará tenha registro de um número maior de pontos de queimadas, as imagens apontam para muitos focos de calor dentro da própria região de Manaus e com condições de vento favoráveis para a formação dessas “nuvens de fumaça”.
Informações fornecidas pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) ao BT, apontam evidências de que a fumaça que tem preocupado os moradores da capital do Amazonas, é fruto de queimadas que estão ocorrendo dentro do próprio estado. De acordo com o órgão, o estado concentra muitos focos de queimadas em Regiões Metropolitanas próximas ao leste de Manaus, como mostra a imagem abaixo.
O fator “vento”, nas condições atuais, favorece a permanência de partículas em suspensão no ar. O Inmet explicou que a direção média horária predominante do vento em Manaus é do leste durante todo o ano e a velocidade tende ser menor nos meses de outubro, novembro e dezembro, favorecendo a permanência dessas partículas. Desta forma, a fumaça predominante em Manaus, muito provavelmente seria do próprio estado.
QUEIMADAS NO PARÁ
O Pará também concentra um grande número de focos de queimadas. A imagem abaixo apresenta o acumulado de focos de calor dos últimos 5 dias (vermelho, laranja, amarelo), combinado com linhas de direção do vento (branco, azul).
Observa-se a maior concentração de focos de queimada no estado do Pará e o vento de leste para oeste pode levar a dedução de que a fumaça esteja vindo do estado vizinho, mas essa dedução só pode ser feita sem levar em conta os dados e as condições específicas do próprio estado do Amazonas.