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Fundação de Leonardo DiCaprio ajuda na descoberta de nova espécie de tartaruga no Pará

O estudo da espécie foi reconhecido e publicado na revista internacional científica Chelonian Conservation and Biology Turtle Conservation Fund

‘Perema do Pará’ é o nome da nova espécie de tartaruga de água doce da Amazônia, encontrada na Unidade de Conservação (UC) Parque Estadual Martírio Serra das Andorinhas (Pesam), localizada no sudeste do Pará. O animal de nome científico Mesoclemmys sabiniparaensis tem como habitat igarapés da região.

A pesquisa da espécie foi reconhecido e publicado na revista científica internacional Chelonian Conservation and Biology Turtle Conservation Fund (TCF-2002). Os estudos foram realizados em conjunto por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Núcleo de Ecologia Aquática e Pesca da Amazônia (NEAF/UFPA), do projeto Turtle Conservancy, da Chelonian Research Foundation e da Re:Wild, Fundação da qual Leonardo DiCaprio é co-fundador. 

O Re:Wild é uma organização envolvida em causas naturais que foi fundada por renomados cientistas com o ator vencedor do Oscar e ativista pelos direitos ambientais, Leonardo DiCaprio. A organização reúne povos indígenas, comunidades locais, líderes influentes, organizações não governamentais, governos, empresas e o público para proteger e recuperar a vida selvagem em escala e velocidade.

A pesquisa se iniciou em 2019 com Fábio Andrew Gomes Cunha, Herpetólogo da UFPA. Segundo o pesquisador, o estudo teve um cuidado minucioso para confirmar que realmente se tratava de uma nova espécie: “Para que uma nova espécie seja aceita pela ciência, é necessário realizar comparação morfológica, genética, comportamental, sua distribuição animal, além da fisiologia da nova espécie com todas as outras espécies já descritas e reconhecidas. É um processo lento, com muitos detalhes. Desde o primeiro contato com os animais até a publicação leva alguns anos; nessa pesquisa, foram quatro anos inteiros de muito estudo”, contou Fábio.

Socorro Almeida, diretora de Gestão e Monitoramento das unidades de conservação da Ideflor-Bio, comentou da importância das unidades de conservação estaduais e como a descoberta dessa nova espécie afeta a organização do ambiente: “As 27 Unidades de Conservação Estaduais do Pará certamente guardam um patrimônio genético riquíssimo, com muitas espécies ainda por descobrir ou registrar. A cada descoberta de novas espécies ou registros de espécies ainda não catalogadas, novas ações de manejo devem ser providenciadas, dependendo do local do registro dentro da UC, a fim de resguardar a espécie e dar o devido tratamento aos recursos naturais”, disse Socorro.