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Fundador da OceanGate admitiu ter quebrado regras com submarino Titan

Após a confirmação da Guarda Costeira dos Estados Unidos de que todos os tripulantes do submersível Titan morreram, muito provavelmente por conta de uma implosão, as autoridades tentam entender o que aconteceu com a cápsula que tentava visitar o naufrágio do Titanic.

Essa é a primeira vez que um acidente fatal ocorre em mais de 60 anos de expedição no local.

Em uma entrevista no ano passado, o fundador da OceanGate, dona do Titan, admitiu que o projeto da cápsula não era convencional. Stockton Rush é um dos ocupantes que morreu no acidente.

“Eu quebrei mesmo algumas regras. Mas acho que as quebrei com lógica e boa engenharia. Tem uma regra que diz para não misturar fibra de carbono e titânio, bom, eu misturei”, disse ele.

O cientista marinho Gregory Stone afirmou que Rush estava arriscando ao tentar avançar a tecnologia para fazer submarinos maiores irem mais fundo.

As diferenças do submersível começam pelo formato, que não era esférico. Nem era feito exclusivamente de titânio, um metal ultra-resistente.

Em formato de cilindro, o submersível era feito de fibra de carbono, material bem mais leve e barato. E contava com mais espaço interno do que os concorrentes. Por isso, acomodava o piloto e mais quatro passageiros, enquanto os outros levavam no máximo dois ocupantes.

Desde 2018, quando o Titan foi projetado, especialistas alertaram a OceanGate que ele não seguia as normas internacionais e poderia ter um fim catastrófico. O Titan fez 14 viagens com turistas ao Titanic em 2021 e 2022.

Na última, é provável que a câmara de pressão de fibra de carbono, submetida a tanto estresse, tenha finalmente cedido.

Agora, após a confirmação a tragédia, o foco dos trabalhos está em retirar do fundo do mar os destroços do Titan para tentar entender o que aconteceu.

A investigação vai ser complexa por causa da dificuldade em coletar esses vestígios a uma profundidade de 3.800 metros. Outra dificuldade é pelo fato de a tragédia ter ocorrido em águas internacionais, onde nenhum governo tem jurisdição.

Como a principal hipótese é de implosão, não há nenhuma expectativa de que seja possível recuperar os corpos das vítimas.

*Com informações de G1