O médico ginecologista Fábio Guilherme da Silveira Campos, de 73 anos, preso em Goiânia por crimes sexuais, depois de denúncias de pacientes, dizia para as mulheres que elas precisavam ficar excitadas para que os exames ginecológicos dessem certo. Foi o que descobriu a delegada Amanda Menuci, responsável pelo caso. Duas mulheres relataram os crimes ao Conselho Regional de Medicina (CRM) em 1994.
O médico era servidor efetivo da Secretaria estadual de saúde de Goiânia desde 2014. Ele estava lotado na cidade de Novo Horizonte. Ele foi preso na casa dele na quinta, 20. O mandado de prisão preventiva foi representado pela Delegacia Estadual de Atendimento à Mulher (Deam).
Um vídeo mostra o momento em que o marido de uma paciente deu um soco no ginecologista, dentro do consultório.
Segundo a polícia, as vítimas tinham 15, 16, 21 e 32 anos nas datas dos crimes. A delegada explicou que uma das mulheres que denunciou o abuso ao CRM em 1994 é testemunha nas investigações atuais. Ao todo, cinco mulheres foram identificadas, das quais duas denunciaram formalmente e uma é testemunha, visto que o caso está prescrito.
Durante as acusações em 1994, o médico alegou que as duas mulheres “armaram” para ele. No entanto, a delegada ressaltou que as duas não se conheciam. À época, ele foi absolvido das acusações pelo CRM. Após a repercussão do caso, uma mulher entrou em contato com a polícia civil e relatou que foi vítima em 2014.
“No caso de 2014, ela estava na posição ginecológica, ele puxou o corpo dela no sentido do seu e pressionou o órgão genital dele contra o dela. Isso causou um estranhamento, ela já o afastou e encerrou a consulta. Enquanto ela estava se vestindo, ele afastava a cadeira dele da consulta para observá-la vestindo a roupa”, disse a delegada.
NOTA
“A respeito da demanda enviada por esse veículo de comunicação, referente à prisão de um médico ginecologista, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece o que se segue:
O profissional médico é ginecologista, servidor efetivo da Secretaria Estadual de Saúde, cedido ao município de Goiânia, com ônus para o Estado de Goiás. O profissional está lotado no Ciams Novo Horizonte desde 2014.
Durante este período, a SMS não recebeu nenhuma denúncia contra o profissional. Desde o dia 30 de junho passado, ele está afastado da unidade de saúde.
A secretaria acatará qualquer determinação judicial sobre o caso.
Ressalta-se, que a secretaria não compactua com atos de desrespeito aos usuários e preza pelo acolhimento e qualidade da assistência.”
*Com informações de G1.