Bolsonaristas que pedem golpe militar tentaram intimidar, aos gritos, alunos da escola estadual Pedro Amazonas Pedroso, desde o ponto de ônibus até o outro lado da Avenida Almirante Barroso, atravessando uma passarela. Os terroristas gritam e apontam o dedo no rosto dos adolescentes na avenida onde os golpistas se reúnem desde a última segunda-feira, 31. Os bolsonaristas não aceitam a eleição legítima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pedem um golpe militar.
Um dos vídeos foi compartilhado nas redes sociais pelo senador eleito Beto Faro (PT) e outras imagens já viralizaram nas redes. Visivelmente descontrolados, os homens gritam com os jovens e exigem respeito pelo movimento “patriota”.
“Respeita nossa luta, nós somos patriotas; sai fora daqui agora”, berra um dos manifestantes.
Uma das alunas que estava no grupo afirmou, em conversa com o BT, que os bolsonaristas começaram a intimidação após um dos adolescentes colar um adesivo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na parada de ônibus.
Os jovens estavam voltando para casa após fazer várias provas nesta segunda-feira, 7. “Nós tínhamos acabado de fazer quatro provas e o barulho estava atrapalhando”, disse a testemunha. Depois da confusão, os bolsonaristas os obrigaram a voltar para a escola.
Os terroristas “escoltaram” os jovens desde a parada de ônibus até o colégio Pedroso novamente, impedindo que eles ficassem no ponto.
Os estudantes reclamaram ainda da atuação “passiva” da Polícia Militar, que apenas conversou com os manifestantes, mas não tomou nenhuma atitude a respeito das intimidações.
INCÔMODO
Os estudantes que conversaram com o BT também reclamaram que as manifestações dos grupos golpistas têm atrapalhado as aulas e a realização das provas. “Hoje nós tivemos quatro provas e o barulho incomodou muito”, contou a adolescente.
O grupo já está há uma semana promovendo atos antidemocráticos em frente ao 2º BIS na Almirante Barroso. A PM tem acompanhado o movimento e impedido que os bolsonaristas bloqueiem a via.
O BT entrou em contato com a Secretaria de Educação, que respondeu em nota:
“A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) lamenta profundamente o ocorrido com seus alunos na área externa da Escola Estadual Pedro Amazonas Pedro e repudia qualquer forma de agressão. A Polícia Civil informa que o caso já está sendo investigado. Diligências estão sendo feitas para ouvir testemunhas e analisar câmeras de segurança a fim de levantar informações que permitam identificar os envolvidos”, disse a Seduc.
