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Exploração de Urânio no Brasil: governo deve assinar acordo com França

Nesta quinta-feira, 28, representantes dos governos brasileiro e francês vão assinar, em Brasília, um acordo que prevê colaboração para geração de energia nuclear.

Segundo o jornal CNN, que teve acesso ao texto, chama-se atenção para a exploração de reservas de urânio no Brasil, pois cerca de 70% da eletricidade francesa tem origem de energia nuclear, então o país aposta nesta fonte como o caminho para a transição energética. Portando, por necessitar das importações do metal e ver que um de seus principais fornecedores, o Niger, está passando por instabilidades geopolíticas, a França estabelece esse acordo com o Brasil.

O presidente da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Energia Nuclear, deputado Júlio Lopes (PP-RJ), articulador do acordo, narra o cenário de oportunidades. O deputado fez parte da delegação brasileira, na qual recebeu a comitiva francesa no Rio de Janeiro, realizada nesta quarta-feira, 27, o qual debateu sobre as colaborações em energia nuclear.

“Macron tem se empenhado profundamente neste tema, diante da expressão, da tecnologia que a França tem nessa área. Não tenho dúvida de que esse encontro poderá destravar bilhões em investimentos em nosso setor nuclear, além de gerar milhares de empregos e da possibilidade de exportar parte de nossas imensas reservas de urânio”, contou.

Acordo – No documento, há a celebração de um Memorando de Entendimento entre o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) e o Serviço Geológico Francês (BRGM) para a exploração de urânio. Ademais, o Brasil detém a oitava maior reserva de urânio do mundo, com cerca de 280 mil toneladas.

Segundo o deputado, a reserva do metal, estimada em US$ 62 bilhões, poderia financiar todo o programa nucelar brasileiro. Hoje, o monopólio da exploração do mineral pertence às Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME).

A empresa francesa Framatome é responsável por tecnologias das usinas. Angra 3 tem previsão de entrar em operação em 2028, terá potência de 1.405 megawatts e gerará 12 milhões de megawatts-hora anualmente — suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas.

O acordo indica que os países vão aprofundar sua colaboração em energia nuclear, promovendo intercâmbio de informações para a exploração de minerais críticos. Além dos investimentos franceses para a transformação dos minerais em território brasileiro, bem como na pesquisa e desenvolvimento, e na inovação tecnológica.

*Matéria realizada com informações do Jornal CNN.