Conforme o BT divulgou na noite de quarta-feira, 7, parte da categoria dos rodoviários de Belém e Ananindeua protestam e fecham vias de grande fluxo em Belém e Ananindeua, especialmente, na Avenida Almirante Barroso e no Entroncamento, na BR-316, próximo ao Shopping. Segundo eles, reajustes acertados na greve de abril deste ano ainda não foram pagos de forma integral pelas empresas.
Apesar disso, a adesão ao movimento não foi adotada por todos os trabalhadores e grande parte dos veículos estão saindo das garagens para pegar passageiros e seguir o itinerário.
Em conversa com Luciano Barros, da assessoria do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários em Empresas de Transportes Coletivos de Passageiros de Belém (Sintrebel), o bloqueio em São Brás já foi encerrado pelos rodoviários, entretanto, no entroncamento, localizado na BR-316, o bloqueio da via continua. Uma reunião com a diretoria do sindicato está marcada para acontecer ainda esta manhã para decidir, na sede da entidade, na travessa Vileta se as manifestações continuam ou não na capital. Parte da classe deseja que as manifestações se encerrem e que os veículos rodem normalmente.
REINVIDICAÇÕES
Segundo afirmações dos rodoviários e do sindicato, em abril, uma greve já havia ocorrido para cobrar reajustes nos salários da categoria, que estão defasados. A iniciativa resultou no ganho de 12% de reajuste nos salários, com pagamento de 5% imediato, e mais 7% depois de um mês, que foi adiado para julho, mas não ocorreu. Dessa forma, a greve foi iniciada, nesta manhã com o fechamento de ruas. Os sete por cento restantes, faltam 2% da desoneração do ISSQN, pelo município, mesmo com determinação da justiça do trabalho. Os repasses são feitos pelo município e Governo do Estado, de acordo com o sindicato. Faltam 5% a serem pagos pelo Governo do Estado sobre a desoneração do ICMS dos combustíveis.
ALTERNATIVAS
Muitas pessoas tentam encontrar uma saída para chegar aos seus compromissos, por meio do transporte alternativo, onde o valor da passagem já chega a R$ 5,00 nas vans. De acordo com relatos de quem precisa do transporte coletivo na região Metropolitana de Belém, o tempo de espera pelo transporte já supera uma hora nas paradas, que estão cheias. Além disso, muitos relatos são de que as pessoas obrigadas a descerem do coletivo porque cobrador e motorista fecham as vias para aderir à greve. Ao longo do dia, outras manifestações ocorrerão em diversos pontos de Belém.
A população relata que as corridas em aplicativos de viagem, acima de três quilômetros, passam de R$ 40,00. Algumas chegam a custar mais de R$ 50.
VEJA VÍDEO DA GREVE:
Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informa que, até o momento, não foi comunicada oficialmente sobre a possível paralisação dos rodoviários. A entidade ressalta que as pautas apresentadas pelos rodoviários dizem respeito às questões trabalhistas, portanto relação restrita entre empregador e empregado. Por fim, recomenda que se busque a solução por meio do diálogo e da negociação. E finaliza dizendo que, adotará todas as providências necessárias para a garantia de uma prestação adequada do serviço de transporte coletivo à população.
O QUE DIZ O SETRANSBEL:
O BT também entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém, o Setransbel, que informou que não foi comunicado antecipadamente da paralisação. Confira a nota na íntegra:
O SETRANSBEL informa que não foi comunicado antecipadamente pelos sindicatos dos rodoviários em respeito ao que preceitua a lei de greve.
Em 16 de maio deste ano, o SETRANSBEL firmou acordo perante o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, cumprindo-o integralmente com a concessão de reajuste linear de 5% a partir de 1°de maio, sobre: salários, auxilio alimentação, auxilio clínica, manutenção do centro de formação/auxilio assistencial.
Na ocasiao, acordou-se, ainda, a concessão de mais 7% de reajuste condicionados expressamente: 2% à Desoneração do ISSQN, da Taxa de Gerenciamento (ambos de competência da Prefeitura Municipal) e 5% à Desoneração do ICMS sobre o combustível.
Ocorre que essas condicionantes não foram efetivadas até o momento pelo poder público, motivo da reivindicação dos trabalhadores.
Por fim, destacamos que a recomposição tarifária, calculada tecnicamente pelo órgão gestor, e o auxílio do poder público, por meio das desonerações e subsídios previstos em maio deste ano, são o único caminho para o equilíbrio econômico-financeiro do sistema sem onerar ainda mais o passageiro pagante, única fonte de custeio do setor.”