Nesta quinta-feira, 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disse, em novo comunicado, que considera adiar o Censo 2022 pois, segundo o órgão, “não é possível incluir no questionário perguntas sobre ‘orientação sexual/identidade de gênero”.
Ainda de acordo com o Instituto, o adiamento é visto “como única alternativa possível”. A nota é uma resposta a decisão da Justiça Federal do Acre que, na última sexta-feira, 3, determinou a inclusão desses campos, uma vez que os considera importantes por permitir o levantamento de mais informações sobre números da comunidade LGBTQIA+, importante para políticas públicas.
Na nota, divulgada nas redes sociais, o IBGE alega que, caso atenda a determinação, comprometeria o resultado da pesquisa. “O IBGE informa que, a menos de dois meses do início da operação do Censo Demográfico 2022, não é possível incluir no questionário pergunta sobre ‘orientação sexual/identidade de gênero’ com técnica e metodologia responsáveis e adequadas — muito menos com os cuidados e o respeito que o tema e a sociedade merecem”, afirmou.
Outro ponto levantado pelo Instituto se trata do cálculo financeiro do censo demográfico deste ano. Segundo o IBGE, a decisão causaria um “impacto financeiro severo”, no orçamento de 2,3 bilhões destinados à pesquisa.
O comunicado diz, ainda, considerar que o pedido é baseado em boas intenções, mas reafirma ser irresponsabilidade atendê-lo. “Seria irresponsabilidade arriscar a integridade do Censo Demográfico enquanto principal pesquisa do país, ainda que por iniciativa inspirada em legítimas causas e boas intenções”, diz.
O IBGE termina a manifestação afirmando ter acionado a Advocacia Geral da União (AGU) para recorrer da decisão e evitar o adiamento do Censo 2022.
Veja o comunicado na íntegra: