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Incomoda | ‘É a disputa entre a barbárie e a civilização’, diz Bordalo sobre a corrida presidencial entre Bolsonaro e Lula

Foto: Reprodução.

No Incomoda desta semana, o Deputado Estadual, Carlos Bordalo (PT), conversou com Mary Tupiassu e falou sobre a corrida presidencial das eleições de 2022 e analisou a aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB). “Eu acho que ela [aliança] é necessária pro país na circunstância atual. Porque o que está em jogo não é uma eleição que vai discutir direita ou esquerda, se é liberal ou se é mais socialista. Se trata da disputa entre barbárie e civilização”, afirmou.

Alckmin e Lula. Foto: Reprodução.

O parlamentar afirma, ainda, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) representa uma parcela política que quer fazer o país regredir. “O presidente Bolsonaro, infelizmente, representa um movimento político que tenta retroagir o país para antes da Constituição de 1988 – que foi um grande pacto nacional em torno da democracia”, disse o deputado.

Presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução.

Sobre Alckmin, Bordalo admite que as diferenças existiram, mas que foram dentro da democracia. “Nós tivemos nossas diferenças, mas foram dentro de disputas democráticas. Claro que tiveram umas caneladas aqui, outras ali, né. No próprio Pará, tivemos disputas entre o governador Jatene e o governador Almir”, comparou.

Geraldo Alckmin enquanto governador de São Paulo. Foto: Reprodução.

O parlamentar ainda reforçou toda a experiência política de Alckmin. “O ex-governador Alckmin é um homem de muita experiência. Aliás, é a pessoa que mais governou o maior estado da federação, o mais rico, o mais importante que é São Paulo. E o presidente Lula saiu do governo com 87% de aprovação, e 3% diziam que o governo tinha sido ruim ou péssimo. Então nós temos aqui dois democratas, diferentes, dois homens com uma experiência de gestão comprovada. Porque ninguém consegue ser governador por quatro mandatos, em eleições democráticas do maior estado da federação. E ninguém consegue ser presidente do país como o presidente Lula foi, com um governo extremamente bem aprovado”, analisou Bordalo.

O deputado revelou, ainda, considerar o possível mandato da chapa Lula/Alckmin como um governo de transição. “Eu digo que é um governo de transição, não é um governo do PT. Não é o programa do PT, é o programa de uma Federação. Nós fechamos a federação com PT, PCdoB e PV, mas o PSB também já decidiu pela aprovação, e nós estamos conversando com amplos setores da sociedade. Empresários, trabalhadores, com a intelectualidade brasileira, com o setor cultural que foi extremamente massacrado neste último período., porque nós queremos forjar um projeto de reconstrução nacional, de recuperação democrática do país”, afirmou.

Ciro Gomes, ex-governador do Ceará. Foto: Reprodução.

Ao ser perguntado se considera o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), uma ameaça para uma possível eleição de Lula, Bordalo afirma que não. “Não, o Ciro não representa ameaça. Eu lamento que ele não esteja aqui. Algumas coisas, que eu não sei o que aconteceu, levaram o Ciro para uma postura que hoje eu estranho. É um homem com uma capacidade intelectual inegável, com uma postura interessante mas, por outro lado, ele tem escolhido um caminho incompreensível”, disse o deputado.

ANTIPETISMO

Outro tema comentado pelo deputado estadual foi a campanha “antipetista” que tomou conta de parte do país. “O antipetismo não só existe como sempre existiu. O antipetismo não nasceu com o PT, ele vem de antes. O antipetismo é a tradução da negação civilizatória”, declarou.

Bordalo seguiu no tema e relembrou as origens do país. “Não esqueçam que este país tem origem escravocrata. Nós temos origem da negação da participação da mulher na política. A mulher, no Brasil, só foi ter direito de voto na década de 30”, relembrou o parlamentar.

Ele afirmou ainda que o ex-presidente Lula seria o sucessor da ex-presidenta Dilma Rousseff, não fossem as campanhas contra o partido. “Para derrotar uma força política que vinha em um processo de acumulação de forças, resultando em quatro vitórias presidenciais, e que teria a quinta porque já estava definido, praticamente, que o presidente Lula voltaria, ele seria o sucessor da presidenta Dilma, era necessário utilizar-se de armas não convencionais”, afirmou.

Ex-presidenta Dilma Rousseff. Foto: Reprodução.

Sobre a prisão do ex-presidente Lula, Bordalo afirma que foi um injustiça. “Todas as prisões foram injustas. O que não quer dizer que não houve corrupção no governo do PT. Porque a corrupção não começou e nem terminou no governo do PT. Ela é um imperativo da deformação republicana brasileira. Deformação estabelecida a partir do oligarquismo político brasileiro que se estabelece nos partidos políticos do país”, finalizou.

Veja a entrevista completa com o Deputado Estadual, Carlos Bordalo: