Após a repercussão da denúncia de racismo, a cantora Luciane Dom apagou a postagem em que relatava a situação vivida no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 14. Em nota, a Infraero alegou que “foi constatado por imagens de câmeras de segurança que não houve uma inspeção nos cabelos”. Horas depois, Luciane rebateu o posicionamento do órgão afirmando que “o racismo de todo dia não se vê (por) câmeras de segurança”.
Pelos stories do seu Instagram, Luciane se manifestou: “Eu sei o que ouvi hoje (quinta-feira) no scam. Foi tudo muito rápido e sutil, o racismo de cada dia não se vê (por) câmeras de segurança”, afirmou a cantora, que completou com um apelo: “Peço que parem o assédio e a reprodução dessa violência”.
A cantora havia publicado um desabafo nesta quinta-feira, 14, dizendo ter sofrido uma “revista aleatória” quando se preparava para embarcar. Na ocasião, segundo Luciane Dom, uma funcionária do aeroporto afirmou que teria que revistar o seu cabelo:
“Eu já tinha passado a mala no scanner, e eu mesma já tinha passado no scanner corporal. A mulher me diz ‘tenho que olhar seu cabelo’. Eu olho pra ela aterrorizada com a violência desse ato. Ela chama o superior. Meu dia acabou.”
No fim da tarde desta quinta-feira, 14, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lamentou o caso e afirmou que “casos como esse não são pontuais”. Após a declaração da ministra, a Infraero divulgou comunicado. O comunicado da empresa alegou que a passageira “foi selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual”, texto que ressaltou que “a inspeção de segurança aleatória é independente de origem, raça, sexo, idade, profissão, cargo, orientação sexual, orientação religiosa ou qualquer outra característica do passageiro”.
A nota diz ainda que uma averiguação interna foi feita e constatou-se que não houve inspeção nos cabelos de Luciana Dom. “A Infraero reitera que repudia quaisquer formas de discriminação, que comportamentos como injúria racial e racismo não são tolerados nos aeroportos sob sua administração”, conclui o posicionamento, em que a empresa diz estar à disposição das autoridades competentes para “os esclarecimentos que façam necessários”.