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Investigado pela PF cobrava R$ 150 mil para fazer Enem no lugar de outra pessoa

O avanço da investigação da Polícia Federal sobre uma fraude no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), envolvendo um estudante de medicina de 23 anos, André Rodrigues Ataíde, descobriu que ele cobrava cerca de R$ 150 mil para fazer a prova no lugar de outra pessoa. Segundo as investigações, ele utilizava documentos falsos para fazer as provas.

Pelo menos dois candidatos teriam sido beneficiados pela fraude, conseguindo vaga no curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA). As denúncias anônimas recebidas pela Polícia Federal levaram às investigações, culminando na operação realizada na última sexta-feira, 16.

Um dos beneficiados pela fraude, Moisés Oliveira Assunção, de 25 anos, teria tido André realizando o Enem em seu lugar, apresentando uma identidade falsa. Com essa fraude, Moisés foi aprovado no curso de Medicina da UEPA, campus de Marabá, sem sequer escrever uma palavra na redação.

Segundo o delegado da Polícia Federal, Ezequias Martins, há indícios de que André teria recebido cerca de R$ 150 mil pela fraude, divididos em parcelas.

“Há informações de que teria recebido algo em torno de R$ 150 mil. Isso teria sido feito em parcelas, né?”, diz o delegado.

OUTRO CASO

Segundo as investigações, no Enem de 2022, André fez as provas no lugar de Eliesio Bastos Ataíde, de 25 anos, também usando identidade falsa. A Polícia Federal diz que André falsificou a assinatura de Eliesio e fez a redação se passando por ele. Eliesio foi aprovado na faculdade de medicina da UEPA e fez o curso normalmente no ano passado. Como Moisés entrou este ano, as aulas dele e de todos os outros alunos começam no dia 4 de março.

Além disso, há suspeitas de que André já tenha realizado outras fraudes no Enem, em concursos públicos e vestibulares. Os acusados responderão em liberdade por falsidade ideológica e uso de documento falso. A universidade informou que acompanha a investigação.

André (à esquerda), Moisés (centro) e Eliésio (á direita). Imagem reprodução.

Segundo os advogados de defesa, os acusados são amigos. “Nós provaremos que André e Eliesio são alunos de medicina e são inocentes. Não existe recebimento pelo André de nenhuma quantia para fazer a prova em nome de terceiros”, diz Diego Freites, advogado de André e Eliesio. “Quem fez a prova foi o próprio Moisés. Ele está inteiramente interessado em apoiar e cooperar com a policia e com a Justiça Federal para que esse assunto seja o mais rápido possível solucionado”, relata Jordano Matias, advogado de Moisés.

*Feito com informações de Fantático/TV Globo/TV Liberal e Polícia Federal no Pará.