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Justiça absolve acusado de matar empresário com overdose de drogas no Pará; entenda

Por ter sido condenado a 15 anos de prisão por tráfico de drogas em 2019, Jefferson Michel Miranda Sampaio continuará preso.

O Tribunal do Júri da Justiça do Pará decidiu pela absolvição de Jefferson Michel Miranda Sampaio, 38 anos, acusado de causar a morte do empresário João de Deus Pinto Rodrigues, 26 anos, que morreu de parada cardiorrespiratória após ingestão de dose concentrada de droga sintética e álcool.

O empresário morreu em fevereiro de 2015, após overdose causada por droga dentro de uma boate em Belém. O acusado estava sendo julgado por ter fornecido droga adulterada à vítima, na ocasião.

Por ter sido condenado a 15 anos de prisão por tráfico de drogas em 2019, Jefferson cuntinuará preso cumprindo a sentença pelo tráfico.  Atualmente cumpre pena de reclusão em regime inicial fechado.

JULGAMENTO

A decisão dos jurados por maioria dos votos acolheu a tese da defesa do réu promovida pelos advogados Marcus Valério Saavedra Guimarães de Souza e Ediel Gama, e advogadas Hanai Shibata, Nelma Zalouth e Ivanilda Pontes que promoveram a defesa do réu. Também foi concedida a palavra à acusação e à defesa pelo tempo inicial de 1h30 para cada parte. Ao final, os jurados votaram. Absolvição foi tomada na terça, 21.

O julgamento iniciou na segunda-feira, 20, com os depoimentos de quatro testemunhas de acusação e três, de defesa. No primeiro dia, o júri foi suspenso para descanso dos jurados que ficaram incomunicáveis em hotel. A mãe do réu que prestaria informações foi dispensada.

INTERROGATÓRIO

Em interrogatório prestado no júri, o réu negou ter administrado droga na boca da vítima, e disse que o empresário era seu amigo e sempre lhe convidava para as festas que promovia. Ainda nesse sentido, versão de Jefferson afirma que nas festas, cada convidado trazia sua própria droga para consumir no local, além das bebidas. O réu disse que João Rodrigues costumava fumar skank porque a droga o calmava.

COMO TUDO ACONTECEU?

Segundo os trabalhos da acusação, durante a festa, o acusado misturou a droga sintética no suco de caixa que a vítima consumia, provocando mal-estar e convulsões. Em seguida, o jovem foi socorrido por outros participantes da festa que acionaram uma ambulância e, em virtude da demora da chegada do socorro, optaram por chamaram o médico clínico Luiz Carlos Vidal, conhecido do grupo.

Ao saber que a vítima tinha usado substância sintética, Vidal a colocou em um carro e a levou à emergência de um hospital particular, próximo de onde acontecia o evento. Após os procedimentos de tentativa de reanimação, a vítima não resistiu e faleceu.

Cerca de 20 pessoas foram ouvidas em depoimento e a polícia civil concluiu que a vítima morreu em decorrência da ingestão das substâncias colocadas no suco.

De acordo com a Promotoria de justiça que trabalhou no caso, Jefferson Michel Sampaio foi acusado de ter colocado a droga sintética nas caixas de suco da festa e causar a morte do empresário a mando de uma terceira pessoa. No laudo pericial que examinou o suco gástrico foram encontradas substâncias como álcool, cocaína e HGB. O acusado era quem trazia as drogas e vendia para os presentes nas festas e baladas como ecstasy e LSD.

Por fim, A 3ª Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) e chegou à conclusão de que foi uma “overdose encomendada” e as investigações apontaram Jefferson Sampaio como o traficante que a mando de terceira pessoa misturou a droga à bebida da vítima.

*Com informações de Ascom/TJPA.