Dando continuidade a nossa série de matérias especiais do mês da mulher, o BT fala agora sobre as mulheres mais influentes do Pará.
No dicionário, ou ainda mais presente nas nossas vidas, no Google, o termo “Influência” é definido como a ação que alguém ou algo tem sobre outra coisa. Uma pessoa influente é a que se torna um modelo ou que exerce interferência sobre o modo de agir ou de pensar das outras pessoas, e é exatamente isso que essas mulheres representam em nosso Estado: o poder de influenciar a vida e o futuro de outras pessoas, seja na cidade, no Estado ou até no mundo.
O BT mostra agora as sete mulheres mais influentes do Pará. Segue a lista com a gente.
FAFÁ DE BELÉM
Abrindo a lista tem a dona de uma das risadas mais inconfundíveis e marcantes não só do Pará como de todo o Brasil. Maria de Fátima Palha de Figueiredo, nossa Fafá de Belém (@fafadbelem), além de cantora, é atriz, compositora e multi-instrumentista. Nascida aqui, na capital paraense, a artista ganhou repercussão nacional após seu primeiro grande sucesso em 1975, com a música “Filho da Bahia”, que fez parte da trilha da novela “Gabriela”. É umas das grandes representantes da música brasileira, foi musa das diretas já, quando cantava o Hino Nacional Brasileiro e soltava uma pomba branca ao final das apresentações e já cantou até para dois Papas! João Paulo II em 1997 e Bento XVI em 2005.
Fafá leva Belém até no próprio nome e eita, como representa o Pará! A artista sempre que pode fala do seu amor pelo Estado, pela cultura e culinária local. No Círio de Nazaré, umas das maiores representações de fé do Brasil, Fafá faz questão de contribuir para voltar os olhos do país para Belém.
Em entrevista para a revista Trip em 2016, Fafá contou sobre como sempre se sentiu livre para vestir o que quisesse e livre em relação ao seu corpo: “Nunca fui o biotipo da revista. Nunca fui barriga de tanquinho com chapinha loira. Mas sou uma cantora popular.”. Já sobre os cabelos brancos que assumiu desde 2020, Fafá disse em entrevista recente: “Isso me deu liberdade e plenitude, e eu acho que fiquei até mais jovem! Viver cada fase da vida com todas as características naturais é empoderador!”, afirmou ao site G1 em 2022.
DIRA PAES
Nascida em Abaetetuba, no Pará, Dira Paes (@dirapaes) é um dos grandes nomes da dramaturgia Brasileira. A artista que atua desde os 15 anos já interpretou diversos personagens de sucesso ao longo de sua carreira na TV como a personagem Filó, seu mais recente papel em “Pantanal”, ou a atrapalhada Solineuza da série “A diarista”, mas Dira é principalmente uma grande representante do cinema brasileiro com papéis em longas como “Pureza”, onde foi protagonista, e em “Dois filhos de Francisco”, onde viveu Helena Siqueira de Camargo. Dira é uma das atrizes mais premiadas e respeitadas de sua geração. Entre as honrarias estão dois Prêmios APCA, três Kikitos, do Festival de Gramado, e cinco Candangos, do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Sempre envolvida em causas sociais, Dira é ativista e foca em questões imprescindíveis como meio ambiente e dos direitos humanos emprestando sua voz para benefício destas causas. “Eu sou paraense e, desde cedo, percebia que o meu estado, quando era citado nacionalmente, era por crimes ambientais. Majoritariamente, as notícias eram ligadas à exploração indevida dos recursos naturais. Isso foi no despertar da minha adolescência e também da minha consciência política.”, afirmou em entrevista para o site Uol.
DONA ONETE
Rainha do carimbó chamegado, Dona Onete (@donaonete) nasceu Ionete da Silveira Gama, e ganhou o Brasil e o mundo com sua voz rasgada e cheia de sentimento e vivacidade. Cantora, compositora, professora e poetisa, Dona Onete nasceu em Cachoeira do Arari, no Pará, e passou a infância morando em Belém além de se mudar depois para Igarapé Miri.
Antes de conquistar os corações apaixonados (e os sofridos também), atuou como professora de História e Secretária de Cultura por 24 anos, gravando seu primeiro álbum apenas em 2013, com 73 anos. Se você sente um arrepio na pele sempre que ouve o hit “Proposta Indecente” ou a esperançosa “Coração brechó”, ou até mesmo já rodopiou ao som de “coração” No meio do pitiú”, é a voz desta grande rainha que você deve agradecer. Só quem já viu a potência de Dona Onete no palco sabe o arrepio que causa.
A cantora levou a música paraense para o Brasil e para o mundo (a diva já fez o coração brechó bater em Paris!), Recentemente recebeu em São Paulo uma belíssima exposição sobre sua trajetória na música e na vida. A artista é inspiração para fãs e artistas da cultura e da música popular brasileiras.
PATRÍCIA ALENCAR
Atual prefeita de Marituba, Patrícia Alencar (@patriciaprefeita10) nasceu no interior do sertão de Pernambuco, em Bodocó, mas é moradora do município paraense há 16 anos.
Forte nome nas redes socias com mais de 230 mil seguidores, e também na política paraense, Patrícia conta em sua biografia que começou a empreender vendendo baldes e bacias na feira central de Marituba, numa lona. Hoje ela também é dona da rede de lojas “Mundo do Real” que gera mais de 120 empregos diretos.
A política tem três filhos e foi eleita em 2020, inclusive, foi a primeira mulher a ocupar o cargo no município. Segundo pesquisa divulgada, tem 92% de aprovação entre os moradores do município.
ZÉLIA AMADOR
A professora universitária, pesquisadora, artista e militante do movimento negro e feminista, Zélia Amador (@zeliaamadordedeus), é uma das fundadoras do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará. Zélia também foi a Primeira reitora negra do Brasil, com uma carreira construída na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Recebeu o Prêmio de Direitos Humanos da BrazilFoundation, em Nova York, em outubro de 2021, e é uma das principais referências da luta antirracista brasileira. Em entrevista ao Estadão em 2022 a professora disse: “Há algum tempo que luto para fazer com que essa sociedade fique melhor para todas as pessoas”. Ela conta que já nasceu com “vontade de consertar o mundo”. Zélia é referência de luta, de militância, e de representatividade.
VIVI REIS
Viviane da Costa Reis, a ex-deputada federal Vivi Reis (@vivireispsol), é fisioterapeuta, educadora popular, feminista e militante política. Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Vivi é uma explosão de luta e mesmo sofrendo ataques virtuais e até patrimoniais, como quando teve seu comitê invadido, nunca baixou a cabeça para opressões. Em entrevista ao BT, relatou que foi barrada por mais um vez na Câmara Federal e teve de ouvir do segurança que o local era “restrito aos deputados e servidores”, mesmo sendo deputada. Antes de ocupar o cargo, foi vereadora em Belém sendo neste a mulher mais votada na capital paraense. Já em Brasília, foi eleita a melhor Deputada Federal do Pará por dois anos consecutivos.
Vivi não foi reeleita em 2022, entretanto, manteve seu capital político e nunca deixou de lutar e usar sua influência para dar voz a causas necessárias. Se tornou um dos nomes mais potentes da esquerda do Estado.
BRENDA BRITO
A advogada e pesquisadora Brenda Brito (@brenda_brito), dedicou duas décadas de sua vida ao movimento ambiental em defesa da Amazônia. A paraense trabalha há vinte anos no Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que é uma das mais férteis ONGs de pesquisa do Brasil, sediada na capital paraense. A pesquisadora também é Mestre e doutora em Ciência do Direito pela Universidade Stanford (EUA) e luta pelo aprimoramento de leis e políticas ambientais e fundiárias na Amazônia.
A pesquisadora é autoridade quando o assunto é Amazônia e nunca deixou de lutar por ela. Em entrevista para a folha de São Paulo em fevereiro desse ano, Brenda Brito afirmou que o nó central da questão amazônica está na falta de destinação de áreas públicas florestadas, frisando que o que fata é o cumprimento de leis já existentes. Influência clara quando o tema é Amazônia, a pesquisadora é referência para todo o Brasil e o mundo.
