O empresário bolsonarista Luciano Hang já utilizou a Lei Rouanet para investir R$800 mil, por meio das lojas Havan, em duas temporadas do musical Bem Sertanejo, que conta a história do gênero musical no país. Entre os artistas convidados para a série, estavam a dupla Zé Neto e Cristiano e o cantor Gusttavo Lima.
As empresas que usam o mecanismo de financiamento podem abater parte do valor investido do imposto de renda.
A primeira temporada do espetáculo ocorreu em 2016 e contou com R$ 300 mil de investimento da Havan, feito por meio da Lei Rouanet. Hang voltou a usar o mecanismo para financiar a terceira temporada do musical, com depósito de R$ 500 mil, em 2018.
A Havan investiu mais de R$ 24 milhões em projetos culturais cadastrados na Lei Rouanet. Bolsonaro voltou a criticar a Lei Rouanet nesta semana, ao defender cantores sertanejos que tiveram expostos cachês milionários pagos por prefeituras de todo o país.
Ao Metrópoles, Hang disse que durante os governos petistas, a Lei Rouanet e o BNDES serviam para “ajudar os amigos do rei”, e citou números apresentados pelo ex-secretário de Cultura Mario Frias em entrevista à rádio Jovem Pan. Na ocasião, Frias disse que 80% da verba da Rouanet foi aprovada para 10% das empresas que usavam o mecanismo.
“Não foram os sertanejos que ganharam mais dinheiro na época do PT. Eles são procurados pelas prefeituras para fazer shows. Enquanto isso, na música popular brasileira, esses artistas que criticam o governo procuram o governo para ganhar verba. É diferente. O Gusttavo Lima nunca ganhou dinheiro da Lei Rouanet porque não precisa, mas os caras que estão fora de moda precisam buscar o dinheiro do governo, porque eles não têm como se sustentar se não têm plateia”, afirmou Hang.