Dia 8 de março é celebrado o dia internacional da mulher, e apesar de estarmos em 2023, por muitas vezes somos colocadas em “caixinhas” sobre o que podemos ou não fazer, seja na esfera pessoal ou na vida profissional. A luta contra o estereótipo do que é ou não é “coisa de mulher” ainda é diária. E sobre lutar contra preconceitos, nós mulheres entendemos bem. O BT apresenta agora a paraense Suzane Gomes da Silva, a piloto que marcou a história dos céus do Pará.
TEN. SUZANE: A PRIMEIRA MULHER PILOTO DO GRAESP
A Tenente Suzane Patrícia Gomes da Silva (@pilotosuh) é um exemplo de determinação. Filha de militares, Suzane é a primeira mulher piloto do Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará (GRAESP). A militar iniciou a carreira nos céus do Pará em 2021 e atua no transporte de cargas, materiais e pessoas.
A paixão pelos céus veio desde 2009, durante o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, quando o helicóptero fez uma homenagem à santa. Lá, durante o momento de emoção, ela decidiu que deixaria sua marca nos céus. E deixou. Suzane conquistou seu sonho e abriu a porta para muitas outras mulheres na profissão. Ela contou ao BT sobre seu primeiro voo solo: “Foi uma emoção surreal, sentimento de “alcançável”, sensação de ter valido a pena cada noite mal dormida, estudando”, contou ao BT.
Sobre se a primeira mulher piloto do GRAESP, ela falou que sente que conseguiu abrir a porta para outra aviadoras: “A sensação foi de que sou um instrumento, uma ferramenta, uma chave que abriu uma porta para que outras aviadoras possam vir voar e servir nosso Estado”, disse emocionada ao BT.
Sobre os preconceitos que a mulheres enfrentam no mundo da aviação, a Tenente falou que existem sim muitos preconceitos e falou sobre quebrá-los: “A diferença é que hoje embora essas portas parecem fechadas, cada vez mais mulheres se empenham, estudam, se dedicam e não dão ouvidos às negativas e seguem como foguetes, na busca pelo sonho/objetivo de voar.”
Suzane falou sobre os estereótipos que mulheres ainda enfrentam no dia a dia: ” Somos brasileiras, crescidas em uma educação onde os homens são estimulados a serem o que quiserem e as mulheres continuam sendo “moldadas” a acreditarem que o sonho delas precisa ser casar, ter filhos e ser donas de casa, não que isso seja algo ruim…mas não é e talvez nunca tenha sido um sonho/objetivo de vida universal. Hoje nós mulheres queremos sim ter uma carreira, trabalhar com o que amamos, viajar para conhecer o mundo e outras culturas. Compreendemos e buscamos nos sentir realizadas como ser humano, como mulher”. pontuou a piloto.
Sobre a atuação das mulheres no mundo militar, Suzane disse: “Acredito que a luta por espaço é diária. A busca e a dedicação por se melhorar torna as mulheres profissionais diferenciadas. E Hoje o mercado busca profissionais eficientes independente de gênero, o empregador que busca por gênero para contratar esta fadado a falência. Em relação a concurso público os números estão aí para comprovar a alta eficiência e pontuação são em maioria das Mulheres”. Afirmou.
A tenente trabalha hoje co outra profissional, Cybelle Mota, que é piloto de helicóptero e que está em processo de adaptação nas aeronaves. São as portas que Suzane abriu se expandindo.
Suzane deixou uma mensagem para mulheres que lutam todos os dia por seu espaço: “Gostaria de falar com as Mulheres em Geral independente de raça, religião, orientação sexual: Mulheres assumam o controle, a direção das suas vidas. Jamais pensem que não tem mais idade ou tempo para buscar seus sonhos. Sonhos não tem prazo de validade e nem limites. Seja a protagonista da sua vida.”, concluiu.
