No último dia 10 de agosto, o astro de Hollywood, Mark Ruffalo, conhecido por interpretar o personagem Hulk no filme Vingadores, cobrou o presidente Lula a respeito de mediddas mais concretas para proteger a Amazônia. De acordo com o ator, ele leu a Declaração de Belém, que contém 113 propostas para o bioma, e se disse chateado com o que viu na declaração e esperava mais do presidente.
No último domingo, 13, Lula respondeu a mensagem de Ruffalo e destacou que é desafiador discutir e definir políticas para a floresta.
“Proteger a floresta é realmente um desafio imenso. A Cúpula da Amazônia reuniu países da região de forma inedita para isso. Foi um passo a mais em uma trajetória para transformar a região com um modelo que combina desenvolvimento sustentável e preservação ambiental”, ponderou.
HISTÓRICO
O presidente lembrou os últimos quatro anos de esquecimento e descuido com a Amazônia, no governo que lhe antecedeu.
“A vitória nas eleições de 2022 foi fundamental para acabar com a anarquia e promoção de crimes ambientais na região pelo governo anterior. O povo brasileiro se manifestou de forma soberana pelo fim da destruição da Amazônia. Estive semana passada no Rio Tapajós, que estava sendo contaminado por mercúrio de garimpos ilegais. Combatemos o genocídio contra o povo Yanomami. Já reduzimos em 33%, nesse primeiro semestre, o desmatamento na Amazônia, graças ao retorno dos mecanismos de fiscalização na região”, disse em postagem no Twitter.
Puxando mais ainda na memória, Lula lembrou das promessas de países ricos que se comprometeram em acordos sobre o bioma e reforçou a parceria do ator e seu ativismo em defesa da Amazônia.
“Ao reunir os países da região Amazônica, e iniciarmos uma aliança com os dois Congos e a Indonésia, um grupo que junto detém quase 80% das florestas tropicais do mundo, estamos dando mais um passo rumo a uma agenda comum de preservação de ecossistemas fundamentais para o clima e a biodiversidade do planeta. Espero que estejamos juntos em todos os fóruns internacionais para que as promessas dos países ricos em enfrentar as mudanças climáticas, como os 100 bilhões de dólares anuais prometidos em 2009, sejam mais que promessa e se tornem realidade”, afirmou.
DECLARAÇÃO DE BELÉM
Sobre a Declaração de Belém, que foi criticada por alguns integrantes de comunidades tradicionais, ativistas e movimentos sociais pela Amazônia, Lula avaliou positivamente a elaboração e os pontos do documento.
“Na Declaração de Belém estabelecemos uma série de compromissos, como um plano de segurança que vai criar bases fluviais e terrestres. Segurança para proteger o nosso bioma. É o ponto de partida para a construção de um consenso em torno da proteção da Amazônia. E os países da América do Sul estão conscientes dessa importância. Vamos seguir trabalhando para estabelecer outras metas de preservação dos nossos biomas, com justiça climática e qualidade de vida para as pessoas que habitam essas regiões”, sintetizou Lula.
Por fim, Lula reafirmou a necessidade de cuidar de quem vive na região e na definição de um modelo sustentável, energia renovável e a geração de emprego, renda e oprotunidades para os habitantes do bioma.
“São mais de 50 milhões de pessoas que vivem na Amazônia, mais de 100 milhões nas florestas africanas e centenas de milhões nas florestas do Sudeste Asiático. Precisamos cuidar das pessoas que vivem nessa região para que elas tenham um modelo de desenvolvimento sustentável, com saneamento, tratamento correto de resíduos, energia renovável, e oportunidades de trabalhar e estudar, para que elas sejam parceiras da preservação. Um mundo mais solidários com desenvolvimento com as florestas de pé, com o respeito que as populações indígenas merecem e com os povos e a cidades das florestas sem pobreza e convivendo em harmonia com a natureza é pelo que estamos lutando juntos. Com coragem e trabalho permanente. Um Grande abraço e te convido a vir ao Brasil em breve e visitar a Amazônia”, finalizou.
CÚPULA DA AMAZÔNIA
Em relação a avaliação dos eventos de meio ambiente e sustentabilidade na capital paraense, como o Fórum das Cidades Amazônicas, que reuniu prefeitos de cidades do Brasil e países da Pan-Amazônia, os Diálogos da Amazônia, que promoveu o contato e a ouvir o que as comunidades e povos tradicionais que vivem e defendem a floresta tem a dizer, e finalizando com a Cúpula da Amazônia, que concentrou as discussões com os Chefes de Estado e delegações dos 9 países da Pan-Amazônia, o presidente declarou como excepcional os eventos em Belém.
“O encontro que nós fizemos em Belém foi excepcional. Seja no número de países participantes, seja na agenda política em comum. Nos Diálogos Amazônicos, foram mais de 30 mil pessoas. Não encontramos soluções definitivas para todos os problemas, porque não é fácil. Mas preparamos uma proposta unitária para levar para a COP28, um primeiro passo para o desenvolvimento sustentável”, avaliou.