Nesta quinta-feira, 5 de setembro, Dia da Amazônia, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organiza uma série de atos, ocupações e assembleias em todo o Brasil. As mobilizações visam chamar a atenção para a crise ambiental e climática na Amazônia, que inclui seca severa e aumento dos incêndios florestais.
AMAZÔNIA
As mobilizações ocorrerão em diversos estados da Amazônia, incluindo Pará, Amapá, Rondônia, Mato Grosso e Maranhão. Estas atividades fazem parte da Jornada Nacional de Lutas do MAB, que busca pressionar por medidas efetivas para enfrentar os impactos da seca e das queimadas na região.
O estado do Pará, por exemplo, terá eventos em Belém e em outras cidades. Em Belém, as ações começam às 9h em frente à sede da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), com foco em discutir ações para combater a seca. Às 15h, haverá uma mobilização na Procuradoria da República no Pará (MPF) para tratar de questões relacionadas ao licenciamento da Hidrovia Araguaia-Tocantins, um projeto que tem gerado controvérsia e preocupações entre os atingidos.
Em Porto Velho, Rondônia, o MAB realizará um ato conjunto com o 30° Grito dos Excluídos, às 8h, na Prefeitura. A cidade enfrenta problemas graves com a qualidade do ar e a escassez de água. Océlio Muniz, integrante do MAB e residente de Porto Velho, destacou a preocupação com o possível racionamento de água e a necessidade urgente de ações governamentais para mitigar a crise.
Além disso, o MAB lançará a campanha emergencial “Salve a Amazônia”, que inclui ações de distribuição de água potável para as comunidades afetadas. Um manifesto em Defesa da Amazônia também será divulgado, assinado por diversas organizações e parlamentares, destacando a gravidade da crise ambiental e climática.
O cenário na Amazônia é alarmante. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a seca deste ano é a mais severa da história recente, com previsões de que 150 mil famílias no Amazonas serão impactadas. Rios estão secando, florestas estão pegando fogo e muitas comunidades estão ficando isoladas e sem acesso a água potável. As cidades de Acre e Rondônia já decretaram situações de emergência e escassez hídrica.
Em agosto de 2024, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou o maior número de focos de incêndio na Amazônia desde 2005, com 38.266 ocorrências. O MAB tem pressionado o Governo Federal e os municípios desde junho para implementar medidas eficazes para enfrentar a estiagem e combater as queimadas.
As atividades do MAB não se limitam à Amazônia. Em outras regiões do Brasil, o movimento realizará atos em Brasília, São Paulo, Porto Alegre, São Roque, Florianópolis, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Seabra, abordando questões como os impactos ambientais e a necessidade de justiça para comunidades afetadas por grandes projetos de infraestrutura e crises ambientais.